A depressão afeta 322 milhões de pessoas no mundo, segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) de 2015. Em 10 anos, de 2005 a 2015, esse número cresceu 18,4%. O estado depressivo de humor leva as pessoas a sentirem-se tristes, ansiosas ou irritadas. Pode ser passageiro, mas quando supera duas semanas é chamado de depressão clínica. Os tratamentos psiquiátricos envolvem antidepressivos e, ao mesmo tempo, medicamentos para amenizar os efeitos dos antidepressivos. O ciclo de medicação pode não ter fim se não houver práticas “alternativas e complementares”, como a medicina se refere. É compreensível a preocupação médica, tendo em vista casos severos em que o corte da medicação pode trazer efeitos perigosos ao tratamento, mas ao mesmo tempo é necessário ter como objetivo a busca de outros caminhos que ajudem a abreviar o tempo de dependência medicamentosa e seus efeitos desagradáveis aos pacientes.
O jornalista norte-americano Willian J. Broad escreveu, em 2017, o livro “A Moderna Ciência do Yoga – Os Riscos e as Recompensas” onde fez um levantamento de várias pesquisas realizadas em diferentes universidades para comprovar alguns benefícios alegados à prática do yoga. Uma delas buscou entender se o yoga, que promove serenidade, poderia ter repercussões diante da depressão. A Escola de Medicina da Universidade de Boston, em parceria com a Escola de Medicina de Harvard e o Hospital Psiquiátrico MacLean, centraram a pesquisa em uma substância química do cérebro chamada “trava-língua de ácido gama-aminobutírico”, conhecido pela sigla GABA. Trata-se de um dos principais neurotransmissores e reguladores do sistema nervoso humano. Muitos relatos têm ligado a depressão aos baixos níveis de GABA.
Os pesquisadores buscaram saber se o yoga poderia abrandar a depressão ao aumentar as concentrações desse neurotransmissor. O GABA age reduzindo as descargas de neurônios, tornando-os menos excitáveis, então o alto nível do neurotransmissor serve como efeito calmante. A equipe de cientistas analisou oito voluntários, antes e depois de uma sessão de yoga de diferentes estilos (Ashtanga, Bikram, Iyengar, Kundalini, Hatha, Vinyasa e Power). O resultado foi que o cérebro dos praticantes de yoga mostrava um aumento médio de GABA de 27%. Um voluntário que praticou cinco vezes por semana teve aumento de 80%.
Independente da ação de alguma substância química do cérebro, a prática traz resultados a partir de várias técnicas como os exercícios de consciência respiratória e corporal, além da meditação. O praticante torna-se capaz de identificar os pontos de bloqueios físicos e psicológicos ao desempenhar os ásanas (posturas). O resultado está na melhora da respiração, além de uma nova maneira de focar a vida. Que seja complementar ou alternativa, mas que possa equilibrar os humores e ajudar no processo de alívio em tantos casos de depressão, ansiedade e suas consequências dolorosas.
Na prática do yoga
Toda aula bem equilibrada de yoga funciona no combate a depressão e ansiedade, não necessitando de posturas especificas. Apesar disso, há algumas que trazem mais efeitos como as flexões para frente, que são sedantes, ou aquelas que abrem o peito, possibilitando o fortalecimento da energia do nosso centro energético do coração. Não deixe de praticar: uttanásana (postura das mãos nos pés) e adho mukha svanásana (cachorro olhando para baixo) que energizam o corpo, aliviam dor de cabeça e insônia, alongam as costas e estimulam a circulação sanguínea; shalambásana (postura do gafanhoto) ou kapotásana (postura do pombo) que abrem o peito; e paschimottanasana (postura da pinça) ou janushirshásana (postura da cabeça no joelho) que alongam a coluna e melhoram a digestão.
Siga-me nas redes sociais:
Instagram: www.instagram.com/alefiori.yoga
Youtube: www.youtube.com/YogacomAleFiori
SoundCloud: soundcloud.com/alefioriyoga
Site: www.satvikayoga.com