A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF), por meio da 3ª Delegacia de Polícia (Cruzeiro), deflagrou, na manhã desta sexta-feira (24/7), a segunda fase da Operação Infância Violada, que tem como alvo o combate à pedofilia na capital federal. Cinco pessoas foram presas, acusadas de armazenar conteúdos pornográficos envolvendo crianças e adolescentes.
Foram cumpridos, ao todo, nove mandados de busca e apreensão, com cinco flagrantes, ocorridos na Asa Norte, na Vila Planalto, em Águas Claras, no Gama e em Santa Maria.
Um dos mandados expedidos tem como alvo um militar, oficial do Exército Brasileiro, morador da Asa Norte. Ele é suspeito de armazenar e compartilhar vídeos e fotos de crianças em situação de vulnerabilidade sexual. Outro agente público seria servidor do CNJ. Este, é acusado de fazer downloads de conteúdos semelhantes, mas não repassava adiante.
Por meio de nota, o CNJ disse que “desconhece os fatos”. Segundo o conselho, “tão logo informado pelas autoridades competentes, o CNJ irá tomar as medidas funcionais cabíveis”. O Exército Brasileiro, por sua vez, ainda busca informações sobre a prisão do oficial.
De acordo com Ricardo Viana, delegado à frente da ocorrência, explica que a Polícia Civil investiga os supostos pedófilos há quatro meses. “Temos equipe de perícia junto com agentes nas residências para averiguar os flagrantes, como vídeos e fotos”, detalhou.
Viana explica que a PCDF chegou aos suspeitos após o rastreamento de IPs utilizados para fazer download dos conteúdos ilegais. “Muitas pessoas emprestam a senha da internet para um vizinho. Às vezes, chegamos até o local e não encontramos nada, mas a pessoa estava utilizando aquela rede para baixar arquivo de pedofilia”, explica o delegado.
Mesmo os investigadores da Polícia Civil mais experientes ficaram chocados com o material apreendido durante a Operação Infância Violada 2.
Segundo o delegado-chefe da 3ª DP, Ricardo Viana, as fotos e os vídeos apreendidos revelam toda a lascívia dos suspeitos. “É uma coisa doentia, que não para. Passei até mal com o que acontece ali, com crianças que nem na puberdade estão. E já estão praticando sexo com adultos”, pontuou o investigador.
Como eles agiam
Os policiais identificaram que os pedófilos utilizavam uma espécie de recurso chamado P2P (do inglês peer-to-peer, que significa par a par) para compartilhar fotos e vídeos sobre pedofilia. Trata-se de um formato de rede de computadores cuja principal característica é a descentralização das funções convencionais, em que o computador de cada usuário conectado acaba por realizar funções de servidor e de cliente ao mesmo tempo.
“Resumindo, é uma espécie de torrent que as pessoas usam para baixar filmes e músicas na internet”, explicou um dos investigadores.
O usuário nunca sabe quem disponibilizou os arquivos, ou de onde ele vem. Seu principal objetivo é a transmissão de fotos e vídeos, e seu surgimento possibilitou o compartilhamento, também, de conteúdo sexual envolvendo crianças e adolescentes.
Com a crescente utilização da rede P2P para este fim, cada vez mais surgem programas para disponibilizar imagens envolvendo pedofilia. Na maioria das vezes, os servidores ficam hospedados em países que não possuem acordo de cooperação com o Brasil.
*Com informações do Metópoles