Coloquei para mim que março é mês de grandes mudanças, assim como todo agosto sempre foi. Não sei se foi porque ano passado, no terceiro mês do ano, minha vida virou de cabeça para baixo. Talvez eu tenha internalizado coisas que precisavam estar em mim há tempos. Olho para aquele tempo e vejo uma coragem um tanto quanto apressada. Se fosse hoje, talvez eu tivesse pensado um pouco mais em determinadas atitudes que tomei. Mas a dúvida nunca foi confortável, e por isso eu sempre busquei respostas.
Mas percebi, ao longo deste último ano, que certas respostas só vêm com o tempo. E digo mais: muitas só vêm por meio de sinais, um tanto quanto turvos, mas que pulsam em nosso coração de uma maneira singular, trazendo uma energia de bondade, como se, sim, realmente estivéssemos no caminho certo. A pressa nunca levou ninguém a nenhum lugar extraordinário. Pelo contrário: apenas postergou o que de fato era para ser nosso.
Por isso, neste março que se inicia eu estou repleta de calma. De alegria também, e gratidão, e todos os bons sentimentos que sempre vêm com novos começos. Tampouco crio expectativas: já entendi que a vida vai me surpreender, quer eu queira, quer não. O planejamento pode até ser parte da rotina, mas quem sabe fluir com as novidades é que se dá verdadeiramente bem na caminhada. Afinal de contas, quem somos nós perto do Criador, que tudo vê, tudo ouve, tudo sente?
Se a razão quer predominar e deixar a emoção de lado, que assim o seja: já sei que, na hora certa, o coração vai falar mais alto. Talvez ele até grite, com medo de ser sufocado como outrora já lhe ocorreu. Mas equilíbrio é isso, balancear lado direito e esquerdo do cérebro, sem pestanejar em mudar de lado quando nos é pedido. E assim vou caminhando, às vezes dançando, às vezes cantando, às vezes silenciando: cada minuto é precioso!
