02/04/2019
| por:Natália Ribeiro
Todo rio chega ao oceano. E todos esses rios chegam ao oceano sem ajuda alguma, apenas seguindo seus fluxos. A natureza é perfeita e faz tudo de maneira harmoniosa. Se somos parte da natureza, portanto, cabe a nós deixarmos sua harmonia fluir. O ser humano é o único animal que, por ser racional, considera-se superior e não quer seguir o fluxo natural das coisas. Complicamos tudo ao querermos sair dos eixos. Achamos que somos superiores só porque conseguimos fazer coisas que os outros seres vivos não conseguem. Mas essa ânsia por mudar o percurso das coisas pode nos trazer muitos problemas.
A nossa “esperteza” começa quando queremos nos aproveitar da boa vontade dos outros para nos darmos bem. Achamos que passando a perna nos outros conseguiremos mais do que já temos. Os problemas também chegam quando depositamos nossas esperanças em alguém, seja esse alguém um companheiro amoroso, um familiar, um amigo ou até mesmo um mestre religioso. Sim, pode parecer duro para alguns entender que os líderes religiosos são só seres humanos, mas é a verdade. O papel deles em nossas vidas deve ser temporário: apenas para nos ajudar a sair da escuridão. A partir do momento que saímos da escuridão, se continuarmos seguindo fielmente o que eles dizem, ficaremos estagnados. Somos únicos e por isso não devemos seguir tudo ao pé da letra do que os líderes dizem.
Outro grande empecilho para seguirmos o fluxo da vida é que sempre nos distraímos com algo e queremos parar. Continuando com a analogia do rio: enquanto o rio se depara com uma árvore e logo segue seu caminho, nós nos deparamos com uma árvore e já queremos construir uma casa debaixo dela. O ser humano se apega demais. E, com o apego, vem a falsa impressão de que estamos desfrutando tudo da melhor maneira. Mas é justamente o contrário que acontece. Quanto mais apegados, menos desfrutamos. Portanto, que possamos deixar o fluxo das coisas seguirem sozinhos. Que possamos confiar nessa energia vital harmoniosa que rege todos nós.