As decorações natalinas já saíram dos armários e o movimento nos corredores dos shoppings e feiras aumentou. Os meses de novembro e dezembro são os mais esperados pelos comerciantes e empresários devido à chegada das festas natalinas e de Ano-novo, bem como do pagamento do décimo terceiro e da Black Friday. Neste ano, a expectativa é que o Distrito Federal registre números positivos no volume de vendas e na arrecadação de tributos diante os índices alcançados anteriormente.
Para o subsecretário da Receita do DF, Sebastião Melchior Pinheiro, é costumeiro que haja aumento nas arrecadações de ICMS nos meses de novembro e dezembro, uma vez que os brasileiros mantêm o hábito de presentear e renovar bens materiais nesta época. Ele afirma que o aumento previsto é da ordem de 5% a 8% em relação aos demais meses. “O ICMS é o imposto baseado no consumo, então, na medida em que a população consome mais produtos, entram mais recursos financeiros erários. O superávit pode ser empregado nas políticas públicas do governo de modo geral”, esclarece.
“O ICMS é o imposto baseado no consumo, então, na medida em que a população consome mais produtos, entram mais recursos financeiros erários. O superávit pode ser empregado nas políticas públicas do governo de modo geral”
Sebastião Melchior Pinheiro, subsecretário da Receita do DF
Um levantamento do Instituto Fecomércio do Distrito Federal mostrou que as vendas devem crescer em média 23,9% em relação a 2022, com movimentação de cerca de R$ 830 milhões. A alta também é aguardada pelos lojistas: 82,4% dos entrevistados pelo instituto esperam vender mais do que no ano passado. Entre os consumidores, 64,5% informaram que vão presentear alguém neste Natal.
É o caso da policial Luana Gonçalves, 33 anos, e da médica Caroline Ferreira, 39, que moram em Goiânia. Em uma visita rápida à capital federal, elas notaram preços atrativos em itens que já queriam para presentear a família. Como resultado, voltaram para Goiás cheias de sacolas de compras. As escolhas foram variadas, desde calçados e acessórios, como óculos e brincos, a eletrônicos. “Viemos apenas para passear, mas, como algumas coisas estavam bem baratas, resolvemos aproveitar”, conta Selma, ao que a companheira responde: “É raro a gente adiantar assim, mas dessa vez valeu super a pena”.
A funcionária pública Selma Bernardi, 44, também costuma deixar as compras para a última hora. Mas, neste ano, diante dos descontos da Black Friday, decidiu fazer diferente. “Normalmente eu venho entre os dias 10 e 15 de dezembro, mas como vi que os preços estão interessantes, garanti algumas coisas”, conta ela, que separa parte do décimo terceiro para os itens natalinos. “Acho que este ano vai dar para economizar e ainda comprar mais coisas”, diz Selma.
Oportunidades profissionais
A época festiva também aquecerá o mercado de trabalho. “O DF, neste ano, registrou aumento muito grande de empregabilidade e nos destacamos em relação à criação de oportunidades para empreendedores e facilitação logística”, afirma o secretário-adjunto de Desenvolvimento Econômico, Trabalho e Renda, Ivan Alves dos Santos. “Durante todo o exercício de 2023 tivemos o aquecimento da economia com a promoção de cursos de qualificação e a inserção de pessoas no mercado”, completa ele, exemplificando que apenas o programa QualificaDF capacitou 30 mil pessoas neste ano para 50 profissões diferentes.
“O DF, neste ano, registrou aumento muito grande de empregabilidade e nos destacamos em relação à criação de oportunidades para empreendedores e facilitação logística”
Ivan Alves dos Santos, secretário-adjunto de Desenvolvimento Econômico, Trabalho e Renda
O secretário-adjunto destaca, ainda, que Brasília tem se configurado em um grande hub logístico. “Quando se compra pela internet, o hub logístico do Brasil está situado em São José dos Pinhais, em Curitiba, porque lá tem um diferencial na questão tributária. Esse mesmo diferencial está sendo implantado no DF. E Brasília é o centro do país, logo um local privilegiado logisticamente, e temos uma renda per capita muito alta, além de que as pessoas consomem muito por aplicativos de mercado digital”, explica.
Conforme outro estudo do Instituto Fecomércio-DF, mais de 50% dos lojistas esperam contratar funcionários neste ano — o maior índice nos últimos sete anos pesquisados. Nos segmentos mais representativos — como calçados, cosméticos e perfumarias, eletrônicos, materiais esportivos e supermercados —, o percentual sobe para 68,36%. São esperadas 4,3 mil contratações temporárias para atender as demandas das compras da Black Friday e natalinas. Cada empresa deve contratar, pelo menos, dois funcionários e 70% dos comerciantes afirmam haver possibilidade de efetivação das vagas temporárias após o período festivo.
Uma análise do Sindicato do Comércio Varejista (Sindivarejista) também estima que serão abertas 3,9 mil vagas temporárias neste ano, contra 3.450 disponibilizadas no ano passado e 3.107 em 2021. As lojas com maior procura devem ser de roupas, calçados, brinquedos, perfumes e objetos para o lar. Sobre os candidatos, o estudo afirma que mais de 51% são mulheres e 64% têm entre 18 e 24 anos.
Quem estiver à procura de emprego pode cadastrar o currículo no aplicativo Sine Fácil ou ir a uma das 14 agências do trabalhador, das 8h às 17h, durante a semana. Mesmo que nenhuma das chances disponíveis no dia seja atraente ao candidato, o cadastro vale para oportunidades futuras, já que o sistema cruza dados dos concorrentes com o perfil que as empresas procuram.
Empregadores que desejam ofertar vagas ou utilizar o espaço das agências do trabalhador para entrevistas, podem se cadastrar pessoalmente nas unidades ou pelo aplicativo Sine Fácil. Também é possível solicitar atendimento pelo e-mail gcv@setrab.df.gov.br. Pode ser utilizado, ainda, o Canal do Empregador, no site da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Trabalho e Renda (Sedet).
*Agência Brasília