Na manhã desta segunda-feira (25) a Polícia Civil (PCDF) deflagrou operação para prender o mentor de uma série de roubos milionários contra agências bancárias em vários estados do país.
O líder da quadrilha é José Carlos Lacerda Estevam Leite, 40 anos, proprietário do maior lava jato de Águas Claras, conhecido por tratar da estética de carros de luxo, como Ferraris e Porsches. José Carlos usava o estabelecimento para lavar o dinheiro faturado nos roubos, que somou R$3 milhões.
O ato de hoje é a segunda fase da Operação Sentinela, que cumpriu sete mandados de prisão e dez de busca e apreensão, em Águas Claras, Ceilândia, Taguatinga e na cidade de Joinville, em Santa Catarina. As prisões ocorreram em Águas Claras e Taguatinga. Entre os detidos está o filho de José Carlos. Outras três pessoas, que cediam os nomes ao empresário para o registro de empresas, foram detidas. Os policiais também apreenderam diversos veículos. Mas empresário, no entanto, segue foragido.
Também foi realizada a prisão de um integrante do grupo em Joinville (SC), na última sexta-feira (22), com ele, os agente encontraram uma pistola com a numeração raspada, que foi apreendida. De acordo com a Divisão de Repressão a Roubos e Furtos (DRF), José Carlos recrutou um grupo de arrombadores de cofres em Joinville, responsável pela abertura dos cofres.
De acordo com as investigações da DRF, José Carlos procurava levar uma vida acima de qualquer suspeita e dividia o tempo entre tocar os negócios – sempre ligados ao setor automotivo – e planejar assaltos cinematográficos contra instituições bancárias.
O criminoso, segundo as apurações da Coordenação de Repressão a Crimes Patrimoniais (Corpatri), recrutava assaltantes de vários estados, definia a função de cada um e organizava o setor operacional e de logística de cada ataque. O empresário, segundo a PCDF, é o líder da organização criminosa especializada em roubos a bancos desarticulada na primeira fase da Operação Sentinela, em 4 de maio.
Aquela ação desmantelou um grupo que agia entranhado na sede do Banco do Brasil, uma das maiores instituições financeiras do país. Na operação, cinco funcionários terceirizados do banco foram presos. Todos desabilitavam sistemas de alarme e facilitavam ataques a cofres do banco em todo o país.
Os roubos
O lava a jato não estava em nome e José Carlos, apesar de ele ser o verdadeiro dono. Carlos planejou e coordenou quatro ataques a agências do Banco do Brasil nos últimos dois anos. Foram eles:
- Agência de Teixeira de Freitas/BA: furto consumado, estimado em R$ 1.114.748,40 (um milhão, cento e quatorze mil, setecentos e quarenta e oito reais e quarenta centavos), no dia 29 de novembro de 2019;
- Agência da Zona Industrial Tupy/SC: roubo tentado, com o uso de arma de fogo, no dia 14 de abril de 2020;
- Agência de Borba/AM: furto tentado, no dia 18 de abril de 2020;
- Agência de Anápolis/GO: furto consumado, estimado em, aproximadamente R$ 924 mil, no dia 25 de abril 2020.
Longo histórico de crimes
Carlos é reincidente em ataques a banco. Em 2009, foi preso no âmbito da “Operação Labirinto”, deflagrada pela Polícia Civil de Sergipe (PCSE). À época, a polícia sergipana comprovou a participação do investigado em ataques a banco nas cidades pernambucanas de Paulista, Goiana e Igaraçu, de onde foram levados R$ 800 mil, e em alguns municípios da Bahia.
Em Sergipe, o grupo do investigado atuou nos municípios de Aracaju, Porto da Folha, Nossa Senhora das Dores e Própria. Naquela operação, os cheques apreendidos pelo grupo somaram quase R$ 1 milhão.
No ano seguinte, o acusado, cumprindo prisão domiciliar, articulou o ataque à agência do Banco do Brasil do Setor de Indústria e Abastecimento (SIA), de onde foram levados R$ 44 mil.
Em 2012, o homem foi preso em flagrante atacando caixas eletrônicos de agência do Banco do Brasil de Taguatinga-DF. Já em 2014, o empresário foi preso em flagrante arrombando caixas eletrônicos na rodoviária de Salvador.
Três anos mais tarde, o investigado foi preso em João Pessoa-PB após ataque a cofre em agência de Recife-PE.