Quem busca iniciar a jornada no yoga sempre se depara com dúvidas sobre as diferentes linhagens dessa prática milenar. Para esclarecer, é preciso começar lá atrás, explicando como surgiu o yoga. No período arcaico era uma disciplina introspectiva e baseada na meditação, pranāyāma (respiração consciente), mantras e filosofia. Desde então, vários ramos surgiram até chegar ao yoga moderno e seus diferentes caminhos para alcançar o estado mais elevado de consciência.
Os āsanas (posturas) como conhecemos hoje, o chamado Hatha Yoga, se desenvolveu como base para todas as linhagens que trabalham o corpo como meio de equilibro físico e sutil. Suas origens estão especialmente com Gorakhnath, o lendário fundador de uma ordem de ascetas do século 11, na Índia. Swami Satyananda Saraswati descreve o objetivo principal do Hatha Yoga na introdução da obra Hatha Yoga Pradīpikā como “criar um equilíbrio absoluto das atividades e processos interativos do corpo físico, mente e energia”. Os yogis começaram a viajar para o mundo ocidental a partir da década de 1880 e tiraram da marginalidade a prática que antes era desenvolvida apenas pelos ascetas. Inclusive, o yoga moderno, com fluidez de āsanas (vinyāsa) e forte controle muscular, começou na década de 1930, com o yogi Tirumalai Krishnamaracharia, influenciado pela ginástica.
Em virtude das diferentes maneiras individuais do ser, muitos métodos foram desenvolvidos com o intuito de se adaptar ao Ocidente e expandir o aprendizado. Embora o Hatha Yoga tenha se ramificado em muitos estilos e escolas de prática, o objetivo principal sempre foi alcançar a consciência unificada. A conquista final do yoga é descansar em um estado de total consciência não dual, no qual você está em um estado de conexão com tudo que existe.
Antes de começar a procurar, tenha claro o que você busca no yoga: melhorar a qualidade de vida? Combater estresse, ansiedade ou depressão? Praticar um treinamento físico? Alcançar o autoconhecimento? É possível alcançar esses objetivos em qualquer estilo de yoga, mas podemos ter uma referência: se estiver procurando uma atividade desafiante e energética, pode buscar linhas como Power Yoga, Ashtanga e Vinyasa Flow, que trabalham o corpo com intensidade. Se estiver buscando yogaterapia, procure uma aula leve com āsanas, pranāyāma e relaxamento, como o próprio Hatha Yoga clássico, Yin Yoga, Kundalini Yoga ou Yoga Integrativa, por exemplo. Se busca um relaxamento maior, experimente o Laya Yoga ou Yoga Restaurativo. Se quiser focar o alinhamento das posturas, tente Iyengar Yoga. Cito aqui apenas algumas das centenas de ramificações.
O importante é saber que cada linhagem de yoga trará diferentes resultados com pessoas diferentes, por isso não existe uma linhagem de yoga melhor do que outra. Identificar-se com o professor e sentir-se acolhido por ele também faz a diferença. O melhor yoga é aquele que funciona para você. Sinta o seu coração e pratique o que lhe faz bem.
Dicas para escolher uma linhagem de Yoga:
- Converse com o professor para conhecer a formação dele.
- Fale de seus objetivos e cuidados especiais (restrições físicas, por exemplo).
- Observe como você se sente no ambiente e durante a condução da aula.
- Veja se você se identifica com a proposta do instrutor ou o tipo de Yoga.
As diferentes linhagens do yoga podem trazer diferentes orientações para os alinhamentos e nomes das posturas, além de filosofias diversas. Seu professor deve se mostrar verdadeiro e respeitoso, saber ouvir e responder, e acima de tudo, ter compaixão.
Siga-me nas redes sociais:
Instagram: www.instagram.com/alefiori.yoga
Youtube: www.youtube.com/yogacomalefiori
SoundCloud: soundcloud.com/alefioriyoga
