@natiribeiro95
Quem nunca quis apenas falar e não ouvir o outro que atire a primeira pedra. Ouvir com pressa, sem nem sequer prestar atenção no que o outro diz, é algo mais comum do que imaginamos. E preparar a resposta antes de o outro terminar de falar então? Um clássico. Nessas ocasiões, perdemos a grande oportunidade de deixar o outro florescer. E quem não tem flores por perto, vive uma vida cinza.
Ouvir requer aprendizado. Não é tão natural, especialmente quando estamos muito ligados ao ego. A escuta ativa requer não só desprendimento do eu mas também atenção plena. E, em um mundo repleto de estímulos e de ansiedade, o que nos resta a não ser a pressa? Que pena! Quiçá pudéssemos todos ouvir o outro florescer e nos inebriarmos com o perfume deste lindo jardim criado.
Há conversas que não requerem respostas, apenas ouvido. Há problemas que não pedem soluções imediatas, apenas respiro. Há trocas que não demandam perfeição, e sim atenção.
“Fala, para que eu possa te ver”, já dizia o filósofo Sócrates. Não há forma mais bonita, e certeira, de enxergar alguém do que com a escuta ativa. Quando acolhemos o outro, também nos aquietamos, e abrimos espaço para aprender – e até mesmo resolver – tantas coisas.
Se não nos calamos, não conseguimos ouvir nem mesmo a própria alma, nem mesmo Deus. Há tantos querendo falar com a gente: será que não deixamos passar batido? Faço o convite para que, de hoje em diante, possamos estar presentes, de fato, nas conversas, e responder e/ou falar somente quando realmente for necessário.
Que possamos enxergar a poesia em apenas ouvir, sem querer nada em troca, e ecoar, sem dizer uma só frase…