@natiribeiro95
Depois de tantos acontecimentos nos últimos dias, tenho refletido muito sobre ponto de vista. Quando a gente foca apenas no eu, no ego, tudo vira uma necessidade de controle. Queremos planejar cada passo, cada detalhe. Mas a verdade é que quase nada sai exatamente como planejado — e quando sai, é mais acaso do que mérito. Só que o ego adora assumir o crédito. E vai inflando… até que explode. Porque a essência, mais cedo ou mais tarde, precisa transbordar e ultrapassar o ego.
O ego raramente segue a intuição. Ele prefere o racional, o seguro, o conveniente. Mas a vida não funciona assim. A vida nos chama para o risco, para o incerto, para o novo — onde a essência floresce.
Uma amiga me disse, chateada, que talvez o homem dela não esteja no Brasil. E eu ri, porque já ouvi muito isso: “homem para você, só fora do país!” Brincadeiras à parte, percebi como a gente se limita. À nossa cidade, ao nosso círculo, à rotina, aos velhos padrões. Mas o mundo é imenso. A vida oferece inúmeras possibilidades, e nós temos a chance de aprender com cada uma delas — mesmo que a rota não seja a esperada.
Hoje, no aeroporto, li num livro: “O obstáculo é o caminho.” E entendi. Quando a gente enfrenta um problema e foca no “eu”, criamos dois problemas: o próprio ego ferido e o desafio diante de nós. Mas quando olhamos direto para a solução, sem colocar o ego no centro, ficamos livres. Não há mais problema, nem ego. Só a essência em ação.
Sobre descrenças, dores e incertezas — todas são parte da jornada. O que realmente importa é seguir caminhando. Às vezes acelerando, às vezes parando, às vezes recuando. Mas sempre em movimento. Porque a constância é uma ilusão. O que é verdadeiro é o movimento.