Seja para um momento de estudos silencioso, seja para participar de eventos culturais, visitar uma biblioteca é sempre uma boa opção. No Distrito Federal, há 24 unidades públicas, que oferecem um acervo de livros riquíssimo em variedade, exposições artísticas e acesso a computadores com internet.
“Toda biblioteca é um espaço de cultura, de incentivo à leitura, ao pensamento crítico, com a missão de desenvolver produtos sustentáveis que abranjam todas as pessoas, sem distinção”Elisa Quelemes, diretora da Biblioteca Nacional de Brasília
As unidades ficam em Águas Claras, Ceilândia, Candangolândia, Cruzeiro, Estrutural, Gama, Guará, Núcleo Bandeirante, Paranoá, Plano Piloto, Recanto das Emas, Riacho Fundo, Santa Maria, São Sebastião, Sobradinho, Sobradinho 2, Samambaia, Taguatinga e Vicente Pires. A Secretaria de Cultura e Economia Criativa (Secec) mantém uma lista com informações completas sobre as bibliotecas públicas para facilitar o acesso da população.
As unidades são coordenadas pela Biblioteca Nacional de Brasília (BNB). As atribuições, definidas pelo Decreto nº 17.684 de 18 de setembro de 1996, incluem oferecer suporte técnico e operacional às bibliotecas públicas, compartilhar o planejamento de atividades e administrar o programa de extensão bibliotecária Mala do Livro.
Assuntos como funcionamento, orçamento predial e patrimonial, expediente, atendimento ao público, empréstimos de livros, entre outros, são de responsabilidade da região administrativa em que a unidade está localizada.
De acordo com a diretora da BNB, Elisa Quelemes, as bibliotecas públicas têm características próprias, como a preocupação em mobilizar a comunidade para representar e atingir os interesses regionais. Com isso, o acervo e os serviços oferecidos pela unidade respeitam as singularidades da população.
“Quando as bibliotecas públicas conseguem se formar como rede, ganham fortalecimento das comunidades e podem replicar metodologias que funcionam, como produtos e serviços”, afirma a diretora. “Toda biblioteca é um espaço de cultura, de incentivo à leitura, ao pensamento crítico, com a missão de desenvolver produtos sustentáveis que abranjam todas as pessoas, sem distinção”, completa.
O autônomo Tiago Barros, 29 anos, é um frequentador assíduo de bibliotecas. Ele, que estuda para concurso na unidade do Guará, aproveita o espaço silencioso para mergulhar nos livros. “Já tem uns dez anos que venho para cá para ler, escrever, estudar coisas da faculdade, e também para aproveitar o ambiente, mais calmo e tranquilo”, afirma. “Antes da pandemia, até comentava: ‘Se quiser me achar, estou na biblioteca’”, brinca o concurseiro.
Fundada na década de 1990, a biblioteca do Guará reúne acervo literário com mais de 8 mil exemplares, expostos em duas salas. A terceira é dedicada aos espaços de leitura, com a disponibilização de mesas e cadeiras e seis computadores com internet.
O diretor de Cultura da administração do Guará, Julimar Pereira dos Santos, afirma que a ideia é atender a todos os públicos. “Queremos trazer a população para mais perto porque, depois da pandemia, teve esse distanciamento e queda no movimento”, diz ele.
A administradora regional do Guará, Luciane Quintana, destaca a importância do equipamento público para o bem-estar da população. “A biblioteca pública é um importante e acessível instrumento de compartilhamento do conhecimento, oferecendo romances, poesias e crônicas, além de livros para quem se prepara para concursos e vestibulares”, salienta.
Leitura: sinônimo de diversão
No Sudoeste/Octogonal, o papel de levar cultura à população ficou a cargo de uma biblioteca comunitária localizada no Parque Bosque do Sudoeste. O espaço, que existe desde 2013, é de responsabilidade da administração da cidade e oferece centenas de livros para empréstimo gratuito.
“A biblioteca é fundamental para o desenvolvimento intelectual dos moradores, até para trazer mais interação entre a comunidade”, sintetiza o administrador regional, Junior Vieira.
Os exemplares, com títulos contemporâneos e clássicos, foram doados pela população, assim como armários, prateleiras e poltronas. Para pegar um livro emprestado, é simples: basta ir até o local, escolher o livro, informar nome e sobrenome e telefone para contato. Cada cidadão pode pegar três títulos de uma vez e não há data para devolução.
“O prazo é indefinido porque, particularmente, acho que a leitura deve ser feita com prazer e não com a pressa de devolver o livro. O melhor é relaxar, sem nenhuma tensão na leitura”, comenta o diretor de Cultura da administração regional, Henrique Behr.
O pequeno Lucca Almeida, 7 anos, que aprendeu a ler recentemente, adora os livros infantis da biblioteca comunitária e já levou vários para casa. “Meus preferidos são os mangás e gibis”, diz o morador do Cruzeiro Velho, que vai ao local com a mãe, Vânia Almeida, 46 anos. Ela é servidora pública e trabalha próximo ao local.
“Ultimamente, não se vê mais as crianças lendo. E acho que, para os pais, é importante insistir nisso, porque lá atrás foi assim. Era tudo com os livros, hoje em dia é tudo digital. Pelo menos uma vez na semana, a gente estava dentro de uma biblioteca”, afirma Vânia.
*Agência Brasília