Depois de o Whatsapp anunciar sua nova política de privacidade, a qual permite que empresas acessem informações trocadas com contas comerciais do aplicativo, muitos usuários começaram a migrar para outros aplicativos de mesma funcionalidade.
O Telegram foi o aplicativo mais baixado do mundo no mês de janeiro em celulares Android e iPhone (iOS). O mensageiro contabilizou 63 milhões de instalações na App Store e na Play Store, número três vezes maior do que o registrado em janeiro de 2020. O segundo lugar do ranking ficou com o TikTok, enquanto o terceiro foi para o Signal, outro app de mensagens considerado “ultrasseguro”.
O Telegram ganhou a marcar de aplicativo mais baixado, primeiro, por já ser um conhecido dos usuários do whatsapp que sempre recorriam ao mensageiro vizinho, quando o whatsapp apresentava alguma pane. O segundo motivo está relacionado ao reality show global, Big Brother Brasil (BBB).
Por o Telegram permitir grupos com milhares de pessoas, os fãs do programa estão aglomerando no aplicativo de mensagens para debater os acontecimentos do reality.
Porém, essa debandada para o Telegram despertou a discussão sobre a segurança do aplicativo. Afinal, não faz sentido sair de um, por conta da exposição, se no outro a privacidade não estará garantida.
O principal motivo de desconfiança passam pela questão da segurança, mas também pelos direitos autorais, no caso dos grupos. Isso porque os chats do app não possuem a famosa criptografia de ponta a ponta, como WhatsApp e Signal, o que o coloca um degrau abaixo em relação à privacidade.
A criptografia de ponta a ponta permite que a conversa seja visível apenas para as pessoas incluídas nas mensagens, o que impede a interceptação e o monitoramento do conteúdo. Com a tecnologia, a empresa provedora do app não pode quebrar esse código para visualizar as informações. É o que falta no Telegram — o recurso está disponível apenas no ‘chat secreto’, uma ferramenta do app que precisa ser acessada ativamente.
Outra barreira para o crescimento que influencia diretamente nos grupos do Telegram é a veiculação de mídias audiovisuais, que podem esbarrar futuramente em questões de direitos autorais. Alexandre Inagaki, consultor em redes sociais, afirma que para manter o número alto de downloads, a empresa terá de entender qual a relação de seus usuários com esse tipo de conteúdo externo.
A questão da pirataria acaba virando um entrave até para o investimento de grandes marcas. Se no futuro o app acertar acordos de direitos autorais com produtores, o Telegram pode se tornar uma alternativa viável para criadores de conteúdo publicarem seu trabalho.
Por enquanto, o aplicativo ainda oferece prós e contras e se posiciona em um momento de transição no Brasil entre usuários e potenciais influenciadores. O uso restrito ainda deixa dúvidas se o app pode um dia alcançar o objetivo de competir com o WhatsApp por aqui.
Conta pra gente, você está pensando em migrar do Whatsapp para outro aplicativos de mensagens antes da nova política de privacidade entrar em vigor?
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*Fonte Portal Mude
