Por @natiribeiro95
A origem do sofrimento vem da vontade de controlar o que não podemos controlar: o futuro, as outras pessoas, a natureza etc. Por isso, em tempos de crise, onde não há sequer uma brecha para pequenos planos, o ser humano entra em colapso. É duro não poder planejar a rotina de amanhã, a viagem de fim de ano, o aniversário que está chegando. É mais duro ainda não poder controlar nem mesmo a vida: a qualquer momento, ela pode se esvair. Alimentar-se bem, fazer exercícios físicos, meditar… tudo isso ajuda, mas não garante a permanência na Terra. Por isso, junto ao controle, o apego é também um dos maiores desencadeadores de sofrimento no ser humano. Apego ao material, apego à vida aqui neste plano.
Longe de querer fazer deste texto algo muito denso ou melancólico, quero apenas que este seja um espaço de reflexão sobre os costumes do homem moderno: trabalho em demasia, consumo desenfreado e fugas. Soma-se a tudo isso a inveja, a cobiça e a constante insatisfação com o que já se tem. Como negar o padrão de vida já tatuado em nossas mentes por tantos anos? Quem ousar desafiá-lo, mesmo que por alguns instantes, já leva pedrada. Afinal de contas, vivemos em uma sociedade do julgamento. E, obviamente, quem não anda com a manada sofre bem mais com os olhares de reprovação. É preciso coragem para sair dos padrões doentios existentes na sociedade. Não basta saber que há algo errado, mas sim tomar atitudes. E, infelizmente, falta bravura e sobra medo.
E é por isso que o Universo, de tempos em tempos, dá umas chacoalhadas nos seres humanos, para que estes, pelo menos por um breve período, mudem seus padrões repetitivos. Se, após uma grande crise, ao menos 20% dos sobreviventes mudarem seus hábitos já temos uma vitória para a Terra. Ainda é necessário aprender pela dor, no lugar do amor. Mas, como sou sempre muito otimista com relação a tudo, realmente acredito que tempos difíceis fazem homens fortes. Sairemos todos mais fortes disto. Mais humanos, mais resilientes, mais vivos.