Operação Panoptes da PCDF encontra-se na sexta fase. Esta operação investiga fraudes em concursos públicos e desta vez contou com colaboração da Corregedoria do CBM-DF.
Sábado (1º) um militar do Corpo de Bombeiros do Distrito Federal, foi preso temporariamente sob suspeita de pagar R$40 mil para aprovação e engajamento na corporação. O mandado de prisão foi expedido pela Vara Criminal de Águas Claras e vale por cinco dias.
A operação e apreensão do militar, cujo nome não foi divulgado e está em sigilo, ocorreu em Taguatinga.
Em nota, a corporação informou que aguarda o final da investigação e que tomará atitudes cabíveis e medidas administrativas pontuais. Complementando que, a Corporação não compactua e desabona qualquer tipo de fraude em seus processos seletivos. E que até a presente data , não possui informação sobre outros casos desta natureza envolvendo a entidade.
Os fatos
Adriano Valente, chefe da Draco (Delegacia de repressão ao Crime Organizado) informou que o suspeito contratou a Máfia dos Concursos em 2015. Seu objetivo era STJ ( Superior Tribunal Federal), como foi reprovado, em 2017 foi redirecionado ao CBM-DF.
Segundo a PC-DF, dados cadastrais e a ficha de inscrição do candidato foram encontradas com os membros da organização e o valor de R$40 mil é o mesmo valor pago por diversos candidatos fraudadores indiciados anteriormente.
Como agia a Máfia dos Concursos
- O suposto “candidato” fazia uso de ponto eletrônico, aparelho usado em um dos ouvidos para recepção de informações.
- Os “cabeças” faziam a prova e saíam antes do local com o gabarito em mãos, repassando aos “candidatos” as respostas corretas.
- Pessoal da Banca Organizadora preenchiam a folha resposta dos “candidatos” conforme o gabarito oficial
- Documentos falsos eram usados pelos criminosos que faziam a prova no lugar dos “candidatos”
- Uso de celular escondido no banheiro para receber as respostas
A PC-DF já indiciou dezenas de suspeitos desde 2017, ano de origem da investigação.
Vários concursos públicos e até vestibulares contam com a participação destes criminosos.
Em questão de condenação, até hoje foram nove integrantes indiciados e condenados, dentre eles Hélio e Bruno Ortiz, pai e filho, envolvidos na trama e condenados a nove anos de detenção cada um( em regime aberto).