Após uma assembleia no início da noite desta segunda-feira (6/11), a maioria dos rodoviários das quatro das cinco empresas de ônibus em operação na capital decidiu suspender a greve. Eles concordaram em retornar ao trabalho para retomar as negociações por melhorias salariais com as empresas de ônibus.
Antes da votação, representantes do Sindicato dos Rodoviários do Distrito Federal (Sittrater-DF) participaram de uma audiência de conciliação no Tribunal Regional do Trabalho da 10ª Região (TRT-10), na Asa Sul, com representantes das empresas, do Governo do Distrito Federal (GDF) e do Ministério Público do Trabalho da 10ª Região (MPT-DF/TO).
Conforme o acordo alcançado, o retorno parcial ao trabalho começará a partir das 19h, com a total retomada dos serviços prevista para a 0h de terça-feira (7/11). Os representantes dos rodoviários, das empresas de ônibus e do MPT-DF/TO vão se reunir às 10h de quarta-feira (8/11) para continuar as negociações salariais. No entanto, os funcionários da empresa Marechal optaram por manter a greve até lá.
O sindicato informou aos trabalhadores que o GDF alegou falta de condições orçamentárias para atender à demanda de um aumento salarial de 8% solicitado pela categoria.
Na semana anterior, as empresas de ônibus haviam proposto um aumento de 5,33% na remuneração, bem como nos benefícios de saúde e alimentação, além de um aumento de 8% no vale-alimentação e de 10% na cesta básica. No entanto, a proposta foi rejeitada pela categoria.
O TRT-10 sugeriu uma extensão do prazo de negociação por mais 10 dias entre os rodoviários e as empresas.
Durante a audiência, o presidente do TRT-10, desembargador Alexandre Nery de Oliveira, criticou o impacto da greve na cidade, afirmando que “paralisou a cidade inteira”.
O presidente do TRT-10 acatou o pedido do GDF e proibiu a greve, estabelecendo uma multa de R$ 10 mil por hora de interrupção das atividades.
Durante a audiência, o desembargador Alexandre Nery afirmou que “greve irresponsável e abusiva não será tolerada” e destacou a falta de consideração com a população, visto que “nenhum ônibus circulou”.
O procurador regional do Trabalho, Adélio Justino Lucas, enfatizou a importância do bom senso no momento, buscando um caminho que minimize os transtornos para os passageiros.