Um estudo realizado na Escócia e publicado recentemente no Journal of Studies on Alcohol and Drugs mostrou que temos muito a nos preparar.
O esforço em conjunto entre governo e proprietários de bares implementando medidas de segurança para os frequentadores e funcionários dos recintos, mostram-se vulneráveis, especialmente quando os clientes estavam sob efeito do que consumiram.
No Reino Unido após o grande lockdown, os bares na Escócia tiveram sinal verde para liberação em julho com novos regulamentos. Dentre eles o distanciamento entre grupos por m², sentados, separados e o uso de máscaras por todos tanto clientes quanto atendimento.
Montada uma equipe da Universidade de Stirling, Escócia, sob responsabilidade da Dra. Niamh Fitzgerald, vários ambientes foram visitados para analise da segurança oferecida e seu funcionamento na prática.
O objetivo essencial para compreender quais os riscos e grau de sucesso no controle real de contágio.
Constatações
- Coberturas faciais: tanto funcionários quanto clientes não usavam suas proteções de formas consistentes, ou seja, baixavam suas máscaras para conversarem.
- O distanciamento de mesas, mesmo sendo inovado o layout dos ambientes, confrontava com o problema da superlotação.
- ‘Pontos de aperto’ que são áreas estreitas nas entradas ou corredores de passagem, onde acontecem o encontro ou acúmulo entre pessoas.
- Fitas entre o balcão e clientes para evitar aglomerações não foram efetivas.
- Constatou-se que clientes visitavam outras mesas, tocavam-se e cantavam. Em busca de novas amizades.
- Conhecidos misturam-se em outras mesas e cumprimentavam-se exaltados.
- Ao usarem sanitários e afins, não cumpriam a regra de lavagem das mãos por no mínimo 20 segundos. Existindo sinais e recomendações para isso.
- Uma cliente alcoolizada pede selfie ao garçom bonitão e agradece com um grande beijo em sua bochecha.
- Os maiores riscos observados ocorreram à noite enquanto os clientes bebiam. O álcool comprovadamente diminui a inibição das pessoas, resultando com menos preocupações em seguir regras.
Os proprietários dos estabelecimentos, afirmam estarem acostumados a tratar com pessoas embriagadas. Mas neste caso falamos de pessoas em estágios de alegria e excessivamente amigáveis, pura diversão. E não é o tipo de situação que mereça uma intervenção por parte da equipe de segurança ou administração.
Portanto nem cliente e nem equipe acostumaram-se com a nova expectativa comportamental.
Autopoliciamento
Niamh Fitzgerald acredita na comunicação entre as partes deixando claramente implícito as expectativas e criar um autopoliciamento entre os frequentadores.
Os bares são espaços sociais e os esforços para torna-los menores interfeririam em perda crescente de clientes.
Uma dica da professora seria implementação de toques de recolher tomada pelos governos.
Após o grande surto de agosto relacionados com bares e pubs a cidade de Aberdeen, a Escócia endureceu significativamente suas diretrizes, proibindo músicas e determinando a coleta de informações de seus frequentadores.
Fitzgerald conclui que todos sabem da devastação financeira que pode ser o comércio fechado. Desta forma supõe que os governos precisem pensar sobre o apoio a ser dado para cada lugar, onde tais estabelecimentos somente operem de forma segura e não pela obrigatoriedade de abrir.