Na manhã deste sábado (11), mais um carro de som passou por Águas Claras com discurso contrário ao isolamento social. O movimento de hoje se dizia a favor do Presidente, Jair Bolsonaro e da abertura dos comércios.
O grupo circulou por outras regiões do DF além de Águas Claras, e discursou contra as medidas de isolamento social tomadas na capital do país e em outros estados. “Nós queremos trabalhar”, disse um dos homens no microfone.
“A população do DF nasceu para o trabalho. Sempre foi assim”, afirmou outro. “Vamos lutar contra essas pessoas que não querem trabalhar, querem ficar em casa”, acrescentou.
A “carreata” foi convocada pelas redes sociais. Assim como aconteceu com a mulher que também saiu as ruas de Águas Claras essa semana para pedir que as pessoas furassem o isolamento social.
Assim como no primeiro caso, os moradores bateram panelas e buzinaram em reação à manifestação deste sábado.
O governador Ibaneis Rocha decretou o fechamento do comércio, com exceções, até 3 de maio para evitar a proliferação do coronavírus no DF. O governo também estendeu o fechamento dos estabelecimentos educacionais (escolas e faculdades) até o dia 31 de maio.
Os carros de som que começaram a circular as ruas do Distrito Federal com pessoas convocando os moradores a deixarem o isolamento social tem gerado reações adversas dos brasilienses. Além dos protestos contrários da população, a conduta pode resultar em autuações da polícia e multa. De acordo com a Polícia Civil do DF (PCDF), o caso se enquadra em incitação ao crime, que tem pena de detenção, de três a seis meses, ou multa.
O delegado Jorge Teixeira explica que pratica o crime até mesmo os que incitam por meio de mensagens no celular e nas redes sociais.
“Existe um crime previsto do Código Penal com pena de até um ano de prisão para quem desrespeitar a quarentena preventiva. Nessa mesma linha, existe outro que é de incitação ao crime e prevê uma pena de até seis meses de prisão a quem incitar por qualquer motivo a população a descumprir o isolamento e sair às ruas”, disse o delegado.