Os residentes de Águas Claras, têm expressado preocupação devido à presença de ratos nas ruas, especialmente nas proximidades de contêineres de lixo e sacos de resíduos. O tamanho e a quantidade desses animais têm surpreendido os moradores, que apontam a falta de limpeza na cidade e a ausência de medidas de desratização em áreas de depósito de supermercados e condomínios como principais problemas.
Kathia Fernandes, aposentada de 67 anos, é uma das pessoas que frequentemente se depara com ratos quando sai para passear com seu cachorro à noite. Ela relata ter visto grupos de dois ou três ratos próximos a um terreno baldio na esquina da Rua 18 Sul, sendo que em um dia chegou a confundir um deles com um gato devido ao seu tamanho.
Kathia também expressa preocupação com a frequência da coleta de lixo pelo Serviço de Limpeza Urbana (SLU) na região, o que deixa os moradores em constante alerta devido à sujeira. Ela afirma que a presença de ratos não apenas prejudica os seres humanos devido à sujeira, mas também leva os animais a se defenderem, tornando os encontros potencialmente perigosos.
Em resposta, a Administração de Águas Claras informou que, quando é informada sobre o acúmulo de lixo em determinadas áreas, solicita o apoio do SLU. Quanto aos ratos, a Secretaria de Saúde é acionada por meio da Diretoria de Vigilância Ambiental (Dival).
Daniele Mesquita, psicopedagoga de 43 anos, também relata a presença de ratos próximos às estações de metrô, o que a preocupa ainda mais, especialmente devido à sua filha de 10 anos. Ela destaca que os ratos, por instinto de defesa, podem se aproximar das pessoas, e em dias de chuva, quando as ruas alagam, há preocupações com a possível contaminação pela leptospirose.
O SLU afirma que realiza a limpeza em todo o Distrito Federal com base em um cronograma, mas ressalta que a população continua a descartar lixo de maneira irregular, o que contribui para o problema. Além disso, em alguns locais, existem buracos ao redor dos contêineres pelos quais os ratos podem entrar rapidamente em busca de abrigo.
No caso de empresas, especialmente estabelecimentos comerciais que produzem mais de 120 litros de resíduos por dia, eles são classificados como grandes geradores de proliferação de ratos. De acordo com a Lei n° 5.610/2016, essas empresas devem contratar contêineres adequados e empresas privadas habilitadas para a coleta adequada de lixo. Para empresas que geram grandes quantidades de lixo reciclável, é sugerida a colaboração com entidades de catadores.
Diante do considerável desafio de lidar com a presença de ratos, alguns moradores optaram por contratar empresas de dedetização para ajudar a controlar a situação. No entanto, destacam que a higienização externa é crucial para evitar atraí-los.
O médico veterinário Manoel Silva Neto enfatiza que a responsabilidade de combater os ratos recai sobre todos, desde condomínios até o governo local. Ele recomenda evitar que os ratos tenham acesso fácil a alimentos e resíduos, mantendo o lixo bem fechado.
Prevenção de doenças
A leptospirose, transmitida pela urina do rato, é uma das principais preocupações de saúde pública associadas a esses animais. A Secretaria de Saúde do DF orienta sobre o controle de pragas e insetos em edifícios e residências e destaca a responsabilidade dos moradores e administrações de condomínios na dedetização, higiene e manutenção dos ambientes para prevenir a presença de ratos.
A presença de ratos é um desafio que requer a colaboração de todos os setores da comunidade para minimizar riscos e prevenir doenças transmitidas por esses animais.