Na manhã desta segunda-feira (15), o Metrô do Distrito Federal retirou dois trens de operação para manutenção após falhas nos vagões nas estações da Feira e Águas Claras. Em nota, a Companhia Metropolitana do DF informou que o “sistema está normal”.
No sábado (13), um trem pegou fogo, interrompendo a circulação nas estações da Asa Sul. O incidente ocorreu entre as estações 110 Sul e 114 Sul, e, segundo o Metrô, ninguém ficou ferido, pois o motorista evacuou o trem antes do início do incêndio. O trem foi rebocado ao pátio de manutenção para investigação das causas do incidente.
O presidente do Metrô-DF, Handerson Cabral, assegurou que a frota da empresa é “100% segura” e classificou o episódio como uma “fatalidade”. Este foi o segundo incêndio registrado no Metrô-DF em seis meses. Em janeiro, um vagão pegou fogo próximo à estação Águas Claras, no sentido Samambaia.
“Apesar do evento de ontem, 100% dos trens estão aptos a circular, levando os passageiros. As equipes estão treinadas e habilitadas para, em caso de incidentes, agir para proteger os usuários. Precisamos melhorar, mas foi uma fatalidade. Vamos rever mais melhorias nos procedimentos”, declarou Cabral em coletiva de imprensa.
O presidente informou que o vagão incendiado no sábado estava em circulação há cerca de 30 anos e todas as manutenções estavam em dia. “Em janeiro, após o primeiro incêndio, fizemos uma inspeção termográfica. Esse trem passou pelo teste e nada foi identificado. Sob o ponto de vista de manutenção e engenharia, estávamos tranquilos. Todas as manutenções foram preventivas, nenhuma corretiva. A próxima manutenção estava prevista para nove dias.”
A perícia da Polícia Civil do DF vai investigar o incidente para entender suas causas. Um grupo de trabalho do Conselho Permanente de Segurança do Metrô-DF, formado por engenheiros, será montado esta semana para avaliar o episódio e emitir um relatório final “tão logo seja possível”.
O fabricante do vagão incendiado no sábado é o mesmo do carro que pegou fogo em janeiro. “Hoje pela manhã, conversei com diretores da fabricante dos trens para auxiliar em uma inspeção detalhada e determinar um programa de manutenção ou reabilitação para identificar e eliminar a causa desse tipo de incidente”, destacou Cabral.
Alterações no protocolo de segurança
Cabral anunciou mudanças no procedimento padrão para incidentes semelhantes. Atualmente, qualquer indício de fumaça exige que o trem seja esvaziado e levado ao pátio de manutenção. O novo protocolo prevê que, ao sinal de fumaça, o trem será desenergizado e permanecerá na linha até que a equipe de manutenção possa avaliá-lo no local, autorizando ou não a sua retirada. “É mais seguro e prudente ter um trem parado do que movê-lo e arriscar um incêndio dentro do trem”, explicou Cabral.
Com o incidente, o Metrô-DF vai remanejar os vagões restantes para minimizar o impacto sobre as linhas. A expectativa é que o trem incendiado no sábado volte a circular em 30 dias. O vagão atingido em janeiro ainda não voltou a funcionar, mas a retomada está prevista para ocorrer em cerca de três meses.