Plataforma online e gratuita ajuda na mediação de conflitos durante a quarentena
O isolamento social devido ao Covid-19 mudou a rotina da população em praticamente todos os aspectos da vida cotidiana do planeta. Entretanto, os conflitos continuam existindo, o que mudou foram as formas de resolvê-los. Para ajudar a resolver e a desafogar o judiciário existe uma plataforma de mediação online chamada Mediar e Resolver.
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Atentos aos conflitos entre vizinhos, que aumentaram em função do isolamento social, a mediação online entre vizinhos será oferecida gratuitamente para todo o Brasil.
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Analice Cabral Costa Andrade, de 41 anos, criadora e fundadora da Mediar e Resolver, conta que a plataforma online nasceu de um Projeto de Pesquisa Universitário em fevereiro de 2019, com alunos de graduação em Direito da UNICEPLAC. O trabalho rendeu e em novembro do mesmo ano, o projeto se transformou em startup, realizando audiências de mediação digitais. Nesse momento a mediadora e advogada Mara Xavier de Almeida entrou para a coordenação da Mediar e Resolver junto com Analice. Durante o isolamento, com a colaboração da Associação dos Mediadores e Árbitros do Distrito Federal (Amar/DF), lançaram o projeto “Resolva Já”, dentro da plataforma, com o objetivo de auxiliar, gratuitamente, conflitos de vizinhos sem sair de casa no âmbito do Distrito Federal.
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“Nós estávamos em uma aula de Teoria Geral de Processo quando um aluno falou que o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) possuía o registro de todos os processos que existiam dentro do judiciário e que dava em média de 2 a 3 processos por brasileiro, considerando o número de habitantes e de processos que existem no Brasil. Essa média faz com que com que os processos sem litígio demorem em média, 4 anos para a solução. O aluno perguntou, indignado, como poderia se resolver isso mais facilmente, e quando eu sugeri a mediação, ele contrapôs que ninguém quer ir à uma mediação presencial, que é muito chato, e muito trabalhoso. Então veio a ideia de implantar a mediação online já que a legislação permite o uso da internet para solução de conflitos e para a resolução de casos que não precisem de uma decisão judicial. Se o mesmo processo for para a justiça, vai sair mais caro e mais demorado, assim tentamos chegar a um acordo que é mais barato e menos cansativo”, conta Analice.
A ideia é que qualquer pessoa tivesse acesso ao sistema, do mais leigo ao mais capacitado, portanto a plataforma é muito simples e autoexplicativa. Você faz o login no site, digita seus dados e descreve detalhadamente o problema que exige mediação, qual a sua situação e, se possível, fornece os dados da outra parte. Rapidamente, dependendo do horário, um dos moderadores entra em contato com a parte que nos pediu auxílio.
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São 12 mediadores, treinados e capacitados, que trabalham em escala de plantão. Há até mediadores noturnos para responder as mensagens enviadas durante a madrugada, mas retornam o contato durante o horário comercial.
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O mediador responsável pelo caso entra em contato com o requerente para coletar maiores detalhes e depois com o requerido para verificar se há interesse em resolver o conflito com um acordo. É então agendada uma reunião online, no horário adequado para ambas as partes, usando a plataforma Mediar e Resolver, o mediador entra em um chat com três janelas, sendo uma com os dois envolvidos, outra só com o requerente, a última só com o requerido. Dessa maneira, o mediador tem a liberdade de falar privadamente com cada um ou em conjunto se assim for combinado entre as partes.
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”Tivemos um caso em Águas Claras que a pessoa não sabia quem estava tumultuando a vida dele, conta Analice Cabral. Entramos em contato com o síndico do prédio, que também não sabia quem era o responsável pelo som altíssimo. A solução foi o síndico colocar informações nos elevadores, alertando sobre a multa por desordem e fez uma campanha de convivência harmoniosa no prédio. As medidas surtiram efeito.
Entretanto a plataforma não se limita a conflitos entre vizinhos. Qualquer situação pode ser resolvida através de mediadores, com exceção de casos de violência doméstica e ações penais incondicionadas (como matar ou tentar matar alguém).
A forma de contato imediata é o WhatsApp ou o telefone para que o atendimento seja agilizado. Chegamos a usar o e-mail, mas era muito demorado. Também não é usada a videoconferência, porque a imagem muitas vezes irrita a outra parte. “A imagem mais atrapalha que ajuda”, diz a advogada Analice Cabral Costa Andrade.
A presidente da Amar/DF, Francilma Mendonça, entrou em contato pedindo a colaboração da Mediar e Resolver na ação social Resolva Já, uma ação social voltada para a resolução de conflitos de vizinhança, mas vários outros pequenos conflitos solicitados entraram no projeto também nessa época de coronavírus por conta da plataforma.
Por causa do sucesso e da grande procura da plataforma Mediar e Resolver, o projeto, que inicialmente tinha como foco somente o Distrito Federal, foi ampliado para todo o Brasil.
Para ser mediador, não é necessário ser advogado, mas é recomendado fazer um curso de formação com as técnicas da mediação. Os cursos são presenciais, porque precisam de um período de prática e tem uma carga horária pesada com aulas teóricas e práticas.
Além de mediação de vizinhos, são feitas mediações para divórcio, guarda de crianças, pensão alimentícia, acidentes de carros, locação, relações de consumo, praticamente tudo, à exceção da violência doméstica e ações penais. Quando ambas as partes entendem como funciona a mediação, o sucesso é de 100% de acordos fechados. Além desses casos, a mediação serve para empresários, empregados, com acordos trabalhistas e para os consumidores também.
Então se você tem algum conflito entre em contato no site da Mediar e Resolver no https://www.mediareresolver.com.br