Um jovem autista, de 22 anos, foi espancado no Parque de Águas Claras, na segunda-feira (2), e perdeu um olho.
A vítima teve o órgão perfurado com um canivete e passou por uma cirurgia de remoção do órgão nesta terça-feira (3).
Segundo o relato da família, estava com o irmão, de 10 anos, dividindo o espaço de uma quadra de futebol com outro grupo, de quatro pessoas. Segundo os parentes, um dos agressores estava fumando, assoprou fumaça no rosto da criança e o chamou de “macaco”, além de outros xingamentos.
Irritado, segundo o depoimento, o jovem “partiu para cima” dos agressores para defender o irmão, mas começou a ser espancado. Nesse momento, um dos suspeitos sacou um canivete e perfurou o olho da vítima.
Uma testemunha, que ajudou a separar a briga, também relatou que os agressores xingaram os irmãos antes de começarem as agressões.
“Os meninos que estavam na quadra começaram a provocar os irmãos. Os chamaram de ‘pretos’, ‘macacos’, ‘viados’ e ‘safados’. Também estavam fumando cigarro e ficavam assoprando na cara do autista. Violência sem tamanho. Eu separei a briga depois que um deles pegou um pedaço de pau jurando que ia matar o outro”.
Disse a testemunha
O boletim de ocorrência diz que testemunhas separaram a briga e ligaram para a mãe da vítima. Os agressores fugiram e o jovem foi socorrido pelo Corpo de Bombeiros e levado ao Hospital de Base.
Segundo a prima do jovem, Thamires Gonçalves, 28, o jovem precisou retirar o globo ocular pois o corte foi muito profundo e uma restauração não seria possível.
“Ele nem tem muita consciência do que está acontecendo. Toda hora fala para a gente parar de chorar dizendo que é só passar um colírio no olho que vai resolver. Meu primo mais novo também está em estado de choque e triste por não ter conseguido proteger o irmão. Apesar de ser mais novo, ele cuida muito do irmão”.
contou Thamires
Há uma suspeita de que os agressores sejam moradores do Sol Nascente que trabalham vigiando carros na região.
Até a última atualização desta reportagem, ninguém havia sido preso. O caso é investigado pela Polícia Civil como lesão corporal gravíssima.