O garagista de um condomínio de Águas Claras foi alvo de ofensas e ameaças proferidas por um morador, identificado como Rossini.
A intimidação, que ocorreu em junho, foi registrada pela própria vítima com o celular. As imagens só vieram à tona neste mês. (Clique aqui e assista ao vídeo).
O rapaz é funcionário do prédio há três anos. “Tinha uns três dias que o carro estava posto na vaga. Minha parte é organizar, não deixar carro fora de marcação para não atrapalhar o vizinho”, disse. Segundo ele, na noite de seu plantão, interfonou para o apartamento do morador para pedir que o homem estacionasse o veículo de forma correta na vaga.
No entanto, ele não teria atendido a ligação. No final do turno, a funcionário alertou o colega — que chegou para o novo turno — sobre a situação. Esse garagista teria ligado para o morador ao longo do dia, mas também não obteve resposta. Com isso, na troca do plantão, quando a vítima retornou à guarita, o morador o interpelou e o acusou de ter ligado para a casa dele centenas de vezes.
A administração do condomínio foi junto com o funcionário registrar ocorrência sobre o fato no dia seguinte e afirmaram que todas as medidas legais, civis e criminais, já foram adotadas.
Uma outra ação penal corre na Vara Criminal e Tribunal do Júri de Águas Claras contra o mesmo homem, também por ameaça contra um funcionário de outro condomínio de Águas Claras, localizado na Avenida Pau-Brasil. Na ocasião, o agressor também foi multado por estacionar na vaga de uma moradora. Ao ser notificado pela administração do condomínio, ameaçou perseguir os funcionários. O empresário foi intimado a se manifestar sobre o caso em 2019, mas não compareceu ao julgamento.
As agressões
As imagens mostram o homem irritado. “Se você ligar do jeito que você ligou, vou descer e vou te dar um tiro na cara”, disse o morador. “Você sabe quem eu sou? Não ligue mais, senão vou ter que te quebrar inteiro”, acrescentou. O homem ainda fez xingamentos de cunho xenofóbico. “Você é Ceará?”, perguntou.
Diante das ameaças de agressão física, o funcionário passou a gravar a intimidação. “No momento em que vi que estava vindo com agressão para o meu lado, o jeito foi filmar. Quando ele xingou minha mãe, que morreu no ano passado, me segurei para não perder a razão. Entreguei tudo para a síndica”, relatou.
A discussão aconteceu na primeira vez em que o agressor e a vítima se encontraram no edifício. Desde o episódio, não tiveram mais contato. No entanto, o funcionário teme que haja retaliação. “Continuo trabalhando porque dependo desse serviço, não posso deixar de mão, tenho duas filhas. Mas não sei o que ele pode fazer ou colocar outra pessoa para fazer.” Por isso, ele pretende pedir à empresa terceirizada pelo condomínio sua transferência para outro prédio.
Por meio de nota, o advogado do condomínio, Márcio Zuba, afirmou que “já foram adotadas todas as medidas legais, civis e criminais”. E acrescenta: “A administração do condomínio repudia os fatos e qualquer tipo de agressão e/ou ameaça a todos os condôminos, moradores, funcionários e quem quer que seja”.