Criminosos atuavam em escritório de fachada em Taguatinga e podem pegar até 21 anos de prisão
A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) desarticulou um grupo criminoso que utilizava tecnologia de deepfake para se passar pelo apresentador Marcos Mion e aplicar golpes digitais. O esquema operava a partir de um falso escritório de marketing em Taguatinga. A investigação foi conduzida pela Delegacia Especial de Repressão aos Crimes Cibernéticos (DRCC) e resultou na prisão de três suspeitos, com idades entre 20 e 23 anos, na última quarta-feira (15).
De acordo com o delegado Eduardo Dal Fabbro, os presos eram sócios de uma empresa e residiam em Taguatinga e Águas Claras. “Eles alegavam atuar no ramo de marketing, mas, na verdade, o endereço era usado para a prática de crimes”, explicou o delegado.
Como funcionava o golpe
O esquema foi descoberto por meio de monitoramento de redes sociais. Os investigados utilizavam inteligência artificial para criar vídeos com a imagem e a voz forjadas de Marcos Mion. Nos conteúdos, ofereciam falsos vouchers do restaurante Outback e de postos de gasolina.
As vítimas eram atraídas por anúncios patrocinados nas redes sociais, onde respondiam a um questionário e transferiam o valor de R$ 64,90 para receber um voucher promocional. No entanto, os cupons nunca eram entregues.
Ao buscar esclarecimentos diretamente nos estabelecimentos, os consumidores descobriam o golpe. Até o momento, 25 boletins de ocorrência foram registrados, e a PCDF busca identificar outras vítimas.
Operação e desdobramentos
A ação policial cumpriu dois mandados de prisão temporária e quatro de busca e apreensão. Durante a operação, foram apreendidos dois veículos importados, documentos, dispositivos eletrônicos e outros materiais ligados aos crimes.
Os suspeitos devem responder por fraude eletrônica, associação criminosa e lavagem de dinheiro, crimes que, somados, podem levar a penas de até 21 anos de prisão.
O Instituto de Criminalística da PCDF prestou suporte técnico na análise e coleta de evidências digitais. Essa foi a primeira operação realizada pela DRCC desde sua integração ao Departamento de Combate à Corrupção e ao Crime Organizado (Decor).
A investigação apontou que dezenas de pessoas no Distrito Federal foram prejudicadas, e os danos financeiros ainda estão sendo calculados.