A iniciativa reúne moradores interessados em fazer novas amizades e participar de atividades coletivas, promovendo encontros, lazer e muita troca de experiências
O grupo Ativ_Idade de Águas Claras foi criado em 2016, fruto da sensibilidade da jornalista Patrícia Rebelo, CEO do Águas Claras Mídia. Atenta à realidade das idosas da região, muitas delas cheias de vitalidade, mas com poucas opções de atividades, Patrícia decidiu criar um espaço de socialização e estímulo cognitivo.
“Participo muito da cidade, e percebia que muitas mulheres idosas tinham muito gás e poucas atividades. Então, firmamos uma parceria com uma empresa local, que cedeu o espaço, e começamos com treinamentos para o cérebro, exercícios e atividades de terapia ocupacional”, relembra Patrícia.
Ela conta que o grupo começou pequeno, com poucas participantes, e foi crescendo com o apoio das redes sociais, especialmente do WhatsApp e Instagram, que facilitou a comunicação e a organização das integrantes. “É como ver um jardim florescendo. Você planta a sementinha e ele cresce, fica lindo. Hoje, elas mesmas se organizam.”
Estrutura e apoio
O Grupo Atividade funciona no Shopping Felicittà, que cede a infraestrutura necessária para os encontros, como sala, cadeiras, armários e até camisetas para as participantes. Atualmente, o grupo conta com 52 integrantes, número que atingiu o limite de capacidade do espaço, motivo pelo qual não há novas vagas disponíveis. A programação inclui aulas de italiano, informática e pintura, além de encontros festivos trimestrais para celebrar os aniversariantes e eventos semestrais, como reuniões de abertura, bazares, festas juninas, natalinas e a confraternização de fim de ano.
“Me dá uma dor no coração não poder fazer propaganda, porque há muitas idosas por aí sem atividades, e esse grupo é muito especial”, diz Patrícia, que ainda participa dos encontros sempre que possível, mas passou a coordenação para Wanda Maria Dantas, de 75 anos.
Aposentada e moradora de Águas Claras desde 2006, Wanda entrou para o grupo após sentir falta de atividades na nova vizinhança. Desde então, assumiu um papel central na organização e no acolhimento dos participantes. “Vi a divulgação pelo Facebook e decidi participar. Na época, o grupo era bem pequeno, com umas dez participantes. Hoje, temos 52 inscritos e uma média de 25 pessoas por encontro”, relata.
Com dedicação e espírito colaborativo, Wanda organiza a programação das segundas e quintas-feiras, que inclui aulas de italiano e informática ministradas por voluntários, além de reuniões semanais com rodas de conversa e oficinas de artesanato. “Todo mês fazemos um passeio em Brasília e também organizamos viagens curtas, como para Aurora do Tocantins, e mais longas, como a que faremos em setembro para Maceió. Todo o planejamento e organização dessas saídas fica por conta da nossa integrante Luiza Helena Ferraz. Tudo aqui é feito por nós mesmas, não temos equipe de fora”, destaca Wanda.
Além das atividades de lazer, o grupo também realiza ações solidárias por meio de bazares. Segundo Wanda, com as doações arrecadadas, o grupo destina parte da renda para ajudar instituições que precisam. “No ano passado, contribuímos com o Lar dos Velhinhos São Vicente de Paulo, em Taguatinga. Este ano, vamos repetir a iniciativa, nosso próximo bazar está previsto para outubro ou novembro, e já estamos em busca de uma nova instituição para apoiar”.
Convivência que transforma vidas
Wanda Dantas destaca que a maioria dos participantes do grupo entrou pela vontade de ter uma ocupação e socializar. “Muitas moram sozinhas ou estavam sem atividades. Participam de uma ou duas reuniões, veem se gostam e acabam ficando. A maioria permanece, cria vínculos, faz amizades.”
Segundo a aposentada, a integração é tanta que preferem que novas participantes sejam indicadas por quem já está no grupo, fortalecendo ainda mais o espírito de acolhimento e convivência.
Para Delsa Cambraia, de 74 anos, aposentada e integrante do grupo desde 2018, a participação trouxe uma mudança significativa em sua rotina e bem-estar. Ela conheceu o grupo por meio da amiga Patrícia Rebelo e se encantou com a proposta. “A gente se sente uma família. Cada uma que chega, a gente acolhe. Vai conversando, se integrando na vida de cada uma. A gente se torna mesmo uma família”, afirma.
As viagens são, para ela, o ponto alto das atividades. “Conheci o Brasil quase todo, vários lugares aqui em Brasília que eu não conhecia, já conheço. E nas atividades, eu gosto de aprender tudo lá. Não tem nada que eu não goste.”
Para Wanda, o maior retorno é ver a transformação na vida de quem participa: “Muitas chegam tímidas, achando que não vão se enturmar. Depois de um tempo, estão rindo, viajando e ajudando a organizar tudo. Aqui, a gente se apoia e se reencontra.”
Para acompanhar o trabalho do Grupo Atividade, siga no Instagram: @grupo_ativ_idade
