Polícia Civil cumpre mandados em Águas Claras, Ceilândia, Samambaia e Alexânia (GO); grupo usava estacionamento de prédio de Águas Claras para estocar cocaína
A Polícia Civil deflagrou, na manhã desta quinta-feira (25/9), a Operação Fratelli Bianchi contra integrantes do Comboio do Cão (CDC), facção criminosa especializada em tráfico de drogas, agiotagem e lavagem de dinheiro. A ação cumpriu quatro mandados de prisão temporária e nove de busca, apreensão e sequestro patrimonial em Águas Claras, Ceilândia, Samambaia e em Alexânia (GO).
Durante as investigações, a Delegacia de Repressão ao Crime Organizado (Draco/Decor) descobriu que o grupo usava a garagem de um prédio em Águas Claras para estocar cocaína. Também foram bloqueadas dezenas de contas bancárias e sequestrados imóveis e veículos vinculados aos suspeitos.
Dois dos principais investigados já acumulam condenações expressivas, incluindo penas que ultrapassam 46 anos de prisão por homicídio, tráfico e lavagem de capitais. Um dos assassinatos atribuídos ao grupo teria sido cometido contra um próprio integrante, mas foi tolerado internamente, consolidando a liderança do autor dentro da facção.
Esquema de agiotagem
De acordo com a PCDF, os criminosos utilizavam recursos do tráfico para financiar empréstimos ilegais a juros abusivos, cobrados sob ameaças de violência. As vítimas eram coagidas com armas de fogo, intimidações a familiares e retenção de veículos. O dinheiro era posteriormente lavado por meio de empresas de fachada e laranjas, sustentando o braço armado do CDC.
As investigações começaram em julho deste ano, a partir da análise de materiais apreendidos em operações anteriores. Segundo a Draco, o núcleo investigado era autônomo em relação a outros braços da facção, mas mantinha forte atuação tanto nas ruas quanto dentro do sistema prisional.
Possíveis crimes e penas
Os alvos da operação poderão responder por organização criminosa, extorsão qualificada, agiotagem e lavagem de capitais. Somadas, as penas podem chegar a 30 anos de prisão, além de multa.
A ação mobilizou cerca de 90 policiais civis, entre equipes da Draco, da Divisão de Operações Especiais (DOE) e da Polícia Civil de Goiás, por meio da Regional de Águas Lindas.