Lauro Estevão Vaz Curvo é réu por feminicídio e fraude processual; incêndio que matou idosa de 94 anos foi provocado de forma intencional, segundo a Polícia Civil
O ex-médico Lauro Estevão Vaz Curvo, de 64 anos, será julgado pelo Tribunal do Júri pela morte da própria mãe, Zely Alves Curvo, de 94 anos. A idosa foi queimada viva dentro do apartamento onde morava em Águas Claras, no Distrito Federal. A decisão é do juiz André Ribeiro, do Tribunal de Justiça do DF e Territórios (TJDFT), e foi assinada no último sábado (17). A data do julgamento ainda não foi definida.
Segundo a Polícia Civil, o incêndio ocorreu em 31 de maio de 2024, no Edifício Monet. O fogo começou na maca onde Zely estava deitada e foi provocado por ação humana. A investigação concluiu que Lauro, filho da vítima, foi o autor do crime. Ele está preso desde 14 de junho do ano passado.
De acordo com a delegada Elisabeth Frade, responsável pelo caso, não havia qualquer possibilidade de a idosa, que era totalmente dependente, ter causado o fogo. “Ela sequer tinha mobilidade. Nenhum equipamento que pudesse gerar ignição foi encontrado no quarto. Todas as causas acidentais foram descartadas”, afirmou.
Além do crime de feminicídio, Lauro também responde por fraude processual. Segundo a polícia, após a morte da mãe, ele invadiu o apartamento da família pelo menos três vezes sem autorização judicial, antes de ser preso.
Histórico de abandono e condenações anteriores
Em maio de 2023, Lauro já havia sido preso após abandonar a mãe no Hospital Militar de Brasília. Zely estava internada e, mesmo após receber alta, o filho se recusou a buscá-la. Na ocasião, ele foi detido por abandono de incapaz e por induzir a idosa a assinar uma procuração sem discernimento, mas acabou solto na audiência de custódia.
Lauro também teve o registro médico cassado pelo Conselho Regional de Medicina do DF em 2021. O ex-ginecologista foi condenado em 2013 por abusar sexualmente de duas pacientes, crimes que ocorreram entre 2009 e 2010 no Centro de Saúde 1, em São Sebastião. Uma das vítimas tinha 17 anos e estava grávida na época dos abusos.
A defesa de Lauro Estevão Vaz Curvo não foi localizada até o fechamento desta matéria.
