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É possível ser mãe após a menopausa?

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Técnica de congelamento de óvulos possibilita que mulheres estendam a fertilidade por mais tempo, explica SBRA

Para o Ministério da Saúde, mulheres com mais de 35 anos são consideradas gestantes de alto risco. Porém, com a tecnologia de congelamento de óvulos essa chance de engravidar no futuro, até os 50 anos, se torna possível, segundo a Resolução 2294/2021, do Conselho Federal de Medicina.

Para a medicina existe uma idade ideal para congelar óvulos, até 35 anos. Esse perfil pode variar conforme componentes genéticos e ambientais. O congelamento pode ser a partir da menstruação, ou seja, em fases pré-puberais, pode se congelar tecido ovariano previamente a uma quimioterapia, afirma a ginecologista que atua em reprodução assistida, do Conselho Consultivo da Associação Brasileira de Reprodução Assistida (SBRA), Dra. Hitomi Nakagawa.

Outro extremo, de acordo com a médica, é se a mulher decide congelar os óvulos com 39 anos, as probabilidades de se ter um bebê vai depender da sua reserva ovariana e da saúde dela. “É possível ser mãe após os 35 anos, tanto de forma natural, quanto por meio de tratamento a depender do contexto de saúde reprodutiva dessa mulher como a reserva de óvulos adequada”, completa a especialista.

As mulheres nascem com uma reserva de óvulos limitada, em geral para que ocorram de 200 a 500 ovulações durante a vida reprodutiva. Se os óvulos não forem utilizados, eles vão degenerando, por lotes, a cada ciclo menstrual. Por isso, quando se chega ao final da vida reprodutiva, com o comprometimento da quantidade e qualidade dos gametas femininos, ocorre a menopausa. Essa perda é progressiva, inexorável e irreversível. Daí a importância de entender os riscos de se postergar indefinidamente a gestação, sem se preocupar com o avanço da idade.

Em entrevista recente à revista Veja, a jornalista Maju Coutinho revelou que decidiu há seis anos congelar seus óvulos para a posteridade, pensando em talvez um dia ser mãe. “Não digo que eu não vou ter filhos, que eu não possa adotar. Não é um assunto fechado para mim, tanto que congelei meus óvulos aos 37. Mas acredito que, falando abertamente disso, podemos reduzir um pouco a pressão sobre a mulher”, contou.

A ginecologista Dra. Hitomi Nakagawa, analisa que hoje as pessoas aceitam melhor as técnicas de reprodução assistida. Antigamente, o assunto provocava temor e apreensão nas pacientes, que chegavam a chorar nos consultórios com medo de ser essa a indicação do seu tratamento. “Em relação ao perfil das mulheres, observamos que ainda é marcado por uma população com idade entre 36 e 38 anos – média de idade alta em termos reprodutivos”, explica.

Isso reflete no resultado dos procedimentos, uma vez que a qualidade dos óvulos nessa faixa etária, da qual Maju fazia parte quando congelou os óvulos, já pode estar mais comprometida em algumas mulheres. O tratamento não é impossível, mas tem maior risco de abortamento e a chance de engravidar por transferência demora mais. Porém, quando a paciente tem indicação e faz a biópsia embrionária, o fato de se transferir um embrião sabidamente sem alterações dos cromossomos, pode propiciar resultados equivalentes aos de populações mais jovens.

“Por esses motivos é que, se a mulher deseja ter um filho no futuro, deve se preocupar com a sua reserva ovariana. Nesse sentido, é comum vermos muitas pessoas procurando viver uma vida saudável que inclui: desde ir à academia, comer bem, ter sono adequado, etc.

Vale lembrar que a saúde geral é importante mesmo que não adie a perda de folículos ovarianos”, completa a especialista.
Saiba mais sobre https://sbra.com.br/#sbra.

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