A prática esportiva inspira e é capaz de levar os mais dedicados a um oceano de possibilidades. Com o judô, não é diferente. Os golpes da luta vão além de vitórias em competições. Podem traçar conquistas pessoais e profissionais. É assim com o professor de educação física André Mariano, que está se preparando para desembarcar, no próximo dia 19, em Tóquio, onde vai ser árbitro nas Olimpíadas de 2021.
Para celebrar a conquista, o secretário de Educação, Leandro Cruz, homenageou o professor no tatame do Centro Educacional 2, de Taguatinga, conhecido como Centrão. Em uma cerimônia simples, André Mariano recebeu uma placa de reconhecimento pelos relevantes serviços prestados à educação e ao Distrito Federal.
“É a educação por meio do judô que você, André, faz com exemplo, comportamento e retidão. O seu trabalho vai muito além da simples contribuição formal ao judô. É uma obra, fruto de muita disciplina, estudo e esforço, que engrandece a nossa educação e o Distrito Federal”, declarou Leandro Cruz ao entregar a homenagem.
Emocionado, o professor contou que é com grande alegria que representa o Brasil no evento: “Sinto-me honrado e com um profundo respeito de poder estar agora em cima do tatame olímpico, representando a minha cidade de Taguatinga, Brasília, as escolas públicas do DF, a Secretaria de Educação e a prática do judô”.
Também participaram da homenagem o coordenador regional de Ensino de Taguatinga, Murilo Marconi Rodrigues; a diretora do Centrão, Romênia Resende Boaventura; a coordenadora do Centro de Iniciação Desportiva (CID) de Taguatinga, Daniela Souza, e o presidente da Federação Metropolitana de Judô, Luiz Gonzaga Filho, entre outros profissionais.
Trajetória de dedicação
Servidor efetivo da Secretaria de Educação desde 2003, o professor é lotado na Regional de Ensino de Taguatinga, onde atua no CID. O polo de judô fica nas instalações do Centro Educacional 2.
Tricampeão brasileiro de judô na classe veterano, André Mariano pratica o esporte desde os 7 anos. Aos 15, começou na arbitragem e, aos 17, já era faixa preta. Com 37 anos, passou a ser árbitro internacional de judô categoria Fija, a mais alta classificação na arbitragem existente na Federação Internacional de Judô (FIJ). Assim, ele faz parte de um grupo seleto de árbitros atuantes em grandes eventos como: opens, desafios internacionais, grand prix, grand slam, world masters, Universíade, Jogos Mundiais Militares, campeonatos mundiais, Jogos Pan-Americanos e Jogos Olímpicos.
Depois de fazer parte da equipe de arbitragem nas Olimpíadas de 2016, ele chega a Tóquio com muito entusiasmo e dedicação. “Eu sempre tive certeza de que estaria em uma edição olímpica. Após a minha participação na Olimpíada Rio 2016, profetizei e trabalhei árdua e diariamente com muito estudo e prática de judô para estar em Tóquio”, diz.
Em casa, o judô também é sempre presente. Casado há 22 anos com Shirley Amorim, é com ela que André divide a paixão pelo esporte: “Minha esposa é faixa preta de judô e treina no CID às segundas e quartas-feiras à noite, quando realizo um trabalho voluntário voltado para a comunidade, ex-alunos, familiares de alunos, professores e servidores da Secretaria de Educação”.
André relata que observa o entusiasmo dos estudantes a cada história. Os jovens gostam de ouvir sobre vitórias, ver as centenas de medalhas conquistadas e projetam sonhos a partir dessa inspiração. “Verdadeiramente, o meu trabalho inspira os meus alunos porque foi, é e sempre será pautado no respeito mútuo, na disciplina e no amor. Poder oferecer a eles uma atividade física específica de alta qualidade e excelência profissional com certificação internacional comprovada para crianças, jovens e adultos de todas as condições e classes sociais possíveis é o que mais me motiva”, afirma o professor.
André gosta de apresentar livros e mostrar recordações que simbolizam sua trajetória no esporte. Aos pequenos atletas, ele sempre lembra: “Só consegui chegar a esse nível porque estudei muito e amo a minha profissão de professor. A vivência mais significativa que levo para a sala de aula, o tatame, é a importância de respeitar os pais, professores, estudar com afinco e nunca esquecer das nossas origens”.
* Agência Brasília – Com informações da Secretaria de Educação