O IBRAM (Instituto Brasília Ambiental) destaca que a aparição de animais silvestres em área urbana está cada vez mais comum refletindo a ocupação cada vez maior das áreas verdes pelo homem, desta forma, os animais ficam sem ter para onde ir.
O Parque de Águas Claras já abriga muitas espécies e as que estão chamando atenção, desta vez, são as capivaras.
Vários frequentadores dizem que elas sempre estiveram no Parque e apostam no crescimento das “famílias”. O encontro com os animais, segundo relatos, é frequente, mas fica o alerta para que os frequentadores do local tomem alguns cuidados. É um local amplo, arborizado, conta com quadras, pistas, ciclovias e áreas de matas e até uma lagoa. Com tudo isso, é primordial, quando passear com seus animais, os tutores façam uso de guias, coleiras e focinheiras (se for o caso) para que ao encontrar alguns desses animais silvestres o estresse entre as partes possa ser bem administrado.
O professor de zoologia da UNB André F. Mendonça recomenda cautela e não aconselha que se aproximem demais dos animais – “O principal cuidado que os visitantes devem ter é não se aproximar, nem acuá-las e nunca feri-las”. (Caso haja ferimento procurar auxílio médico imediato).
Também foi levantado pelo professor o cuidado com os pets, um conflito pode ocasionar danos e até óbito dos envolvidos. E ao avistarem uma ou mais capivaras no local os animais domésticos devem estar com guias e coleiras. Geralmente o ataque virá principalmente dos cães.
Em relação às capivaras o professor destaca que são animais tranquilos, em condições normais, até tímidos, fugindo das pessoas, mas destaca que podem se tornar agressivas se provocadas, acuadas ou feridas.
O Ibram também nos alerta que além de conflitos com os animais domésticos existe o problema dos parasitas como o carrapato-estrela, responsável pela transmissão da zoonose febre maculosa brasileira (encontrado também em cavalos, cães e roedores). Para isto o tutor consciente deverá se precaver com um bom antiparasitário indicado pelo médico veterinário.
Hoje contamos com uma pesquisa de levantamento sobre as capivaras sendo realizada no Lago Paranoá feita pela Secretaria do Meio-ambiente do Distrito-Federal junto com a UNB.
As capivaras são espécies nativas do cerrado e protegidas por lei ambiental impedindo sua caça, captura e abate. Sujeito a penalidades e multas.
Para saber mais
Contato com as capivaras
Capivaras são mamíferos roedores naturais da América do Sul e extremamente adaptáveis aos ambientes alterados pelo homem. Consideradas os maiores roedores do mundo podem atingir até 91 kg. Vivem em bandos de até 30 indivíduos e sempre com um macho dominante comandando o grupo. Média de vida aproximada de 12 anos.
Como todo animal de criação ou silvestre podem ficar agressivas se acuadas ou agredidas.
Alimentação das capivaras
São animais herbívoros. Sua alimentação está voltada basicamente nas vegetações presentes nos locais em que habitam. Gramas é seu prato predileto, mas também completa seu cardápio grãos, abóboras e melões.
Vale salientar que muitas pessoas sentem-se atraídas em alimentar os bichos e acabam ofertando alimentos que podem desencadear sérias e desagradáveis consequências. Desta forma devemos evitar e não fornecer qualquer coisa que possa fazer mal aos animais.
Além de cuidar para não deixar espalhados restos de comida e embalagens de alimentos que possam atrair os bichos. Usem sempre as lixeiras dispostas em todo percurso do parque.
Zoonose
As capivaras são hospedeiras primárias dos carrapatos estrela o causador da Febre Maculosa que sendo uma zoonose é transmissível ao homem.
Atentar ao fato que para o carrapato passar a doença tem que ficar no mínimo 4 horas fixado a pessoa. E que também são encontrados em outros animais como cavalos, aves e cães.
Para não ter contato com esses parasitas tem de se evitar áreas com vegetações densas.
Pets
O hábito de passeio com nossos cães podem continuar tranquilamente. Afinal eles merecem momentos de lazer junto à natureza.
O tutor deve ter três cuidados em mente:
- o uso de guias e focinheiras para evitar qualquer tipo de acidente tanto com pessoas quanto com outros animais presentes no local.
- vacinação em dia conforme especificação veterinária.
- uso de produtos específicos, de acordo com peso e tamanho do animal, para o combate de parasitas.
- Convívio harmonioso
Temos de respeitar e saber dividir os espaços com animais silvestres.
Por vezes à imprensa notifica incidentes entre os frequentadores de parques e lagos com as capivaras.
Focam muito no sentido dos ataques procederem delas e esquecem que existem duas versões do fato. Não caracterizam de onde pode ter desencadeado o ocorrido.
Portanto sejamos mais complacentes e respeitosos quando visitamos locais e sabemos da presença de animais silvestres nas proximidades.
Crime
Lei Federal 9.605/98 – artigo 29 –
A caça de animal silvestre prevê pena de seis meses a um ano ao infrator mais multa por cada espécie abatida.
Serviço
Polícia Ambiental: 61.3910-1210/3910- 1999/ 61.993.515.736
Polícia Militar: 190
