A flora em Águas Claras transforma a qualidade de vida em um dos maiores centros urbanos de Brasília, e o ecossistema local chega à estação das flores.
Com a chegada da Primavera, a paisagem urbana de Águas Claras, se transforma em um espetáculo de cores vibrantes. A arborização urbana ganha destaque crucial, não apenas por sua beleza estética, mas por sua fundamental importância na qualidade de vida dos moradores em um ambiente que abriga muitos prédios e o que mais se vê é concreto para todos os lados. Em Brasília, onde o clima seco e a estiagem marcam o período, o florescer das árvores e flores é um verdadeiro presente da natureza, impactando o ecossistema local e o comportamento das pessoas.
A importância vital do verde na cidade.
A arborização em centros urbanos como Águas Claras é mais do que um mero detalhe paisagístico. Ela atua como um pulmão da cidade, essencial para mitigar os efeitos do calor e da baixa umidade característicos do planalto central. As árvores proporcionam sombreamento, reduzem as “ilhas de calor” e auxiliam na filtragem do ar, contribuindo diretamente para a saúde respiratória dos moradores, especialmente na transição para a estação mais quente.
A moradora Mayara Muniz reforça essa visão, destacando o impacto positivo no dia a dia: “Melhora totalmente o estilo de vida, não só na saúde mas também no clima do ambiente, os lugares ficam mais frescos, com mais pontos de sombras o que motiva a fazer mais caminhadas e contemplar a paisagem também.” Mayara também aponta uma função menos óbvia: a barreira sonora, que “diminui o ruídos nos edifícios que estão próximos de vias muito movimentadas.”
Ao perguntar para duas entrevistadas sobre as espécies que mais se destacam com a chegada da Primavera, a resposta é quase unânime: Ipês e Flamboyants.

Para Maria Petronila, mais conhecida como Petuta, funcionária da administração de Águas Claras, o impacto é visível e tranquilizador: “A Arborização é de suma importância para nossa cidade, o verde das árvores nos transmite muita paz.” Petuta, aponta as cores que mais atraem: “O amarelo dos Ipês e o contorno da paisagem verde, na bela Avenida Parque Águas Claras.”

Mayara Muniz, por sua vez, ressalta a predominância dos Ipês, principalmente rosa e branco, que “se destaca demais nessa época de secas, deixa o cenário mais colorido e delicado.”
A floração intensa dos Ipês em Brasília, especialmente entre julho e setembro, é um fenômeno curioso da natureza local. Essas árvores perdem suas folhas no auge da seca e florescem em um ato de resistência, indicando a iminente mudança para a estação chuvosa. A explosão de cores, portanto, coincide com o período mais árido, transformando o “cinza” da seca em um mosaico vibrante.
Essa mudança na paisagem influencia diretamente o comportamento dos moradores. Os parques e áreas verdes tornam-se o refúgio ideal. Mayara Muniz explica como os moradores aproveitam: “Geralmente aos fins de semanas os moradores utilizam os parques para andar de bicicleta, caminhar, correr, andar de patins com as crianças, fazer piqueniques ou até fazer comemorações nesses espaços.” O Parque Ecológico de
Águas Claras é, segundo ela, o local mais procurado, especialmente aos domingos. Apesar da beleza evidente, as entrevistadas notam uma concentração da arborização em certos pontos. Petuta localiza a maior quantidade de árvores e flores no Parque de Águas Claras e nas laterais das Boulevards.
No entanto, ela identifica um ponto de melhoria crucial: “Outro local que merece mais arborização fica nas proximidades do Shopping One, em frente a Avenida Castanheiras. Lá existe um longo lote sem nenhuma arborização ou jardim.”
Mayara Muniz, que é nova na cidade, concorda com a concentração: “Eu sou nova em Brasília e, até agora, os lugares que reparei com maior quantidade de árvores e flores concentradas são nos parques … mas penso que poderia ter um investimento maior da arborização nos outros bairros do estado e não apenas nos parques.”

A valorização dessa transformação da paisagem ainda é um desafio. Mayara reflete que no dia a dia, “grande parte da população infelizmente não reparam por consequência da agitação da vida,” mas expressa o desejo de que essa beleza seja mais valorizada e preservada, pois compõe a paisagem “de maneira tão graciosa.”
Em suma, a primavera em Águas Claras não é só uma mudança de estação, é uma reafirmação da importância do planejamento urbano verde e um convite aberto para que os moradores contemplem e se beneficiem do espetáculo de cores que a flora do planalto central oferece.