Jornais, revistas, rádios e portais digitais dão identidade à região e aproximam moradores das notícias que impactam o dia a dia da cidade.
Águas Claras é a região administrativa que mais cresce no Distrito Federal, abrigando não apenas grandes prédios e novos empreendimentos, mas também um ecossistema de veículos de comunicação que ajudam diariamente a contar a história e os desafios da comunidade local. Jornais impressos, revistas, rádios e portais digitais dão voz aos moradores, registram acontecimentos e tornam-se referência na rotina, fora e principalmente dentro da cidade.
Com pautas bem abrangentes, que vão desde mobilidade urbana até cultura e lazer, entre outros, cada um dos veículos atuantes na cidade cumpre um papel fundamental: comunicar a todos sobre a realidade de Águas Claras. Em meio à concorrência das mídias nacionais e ao avanço das redes sociais, os comunicadores locais enfrentam desafios, mas mantêm viva a missão de produzir conteúdo de interesse direto para o público da região.
Entre os principais nomes de veículos e seus fundadores estão: DF Águas Claras, comandado por Cleber Barretos; @AguasClaras.bsb, de Rochelly Costa; a Revista Águas Claras, dirigida por Orlando Antunes; o Águas Claras Mídia, de Patrícia Rebelo; e o Folha de Águas Claras, idealizado e fundado por Rafael Sousa. Além deles, a cidade também conta com o trabalho de Todi Moreno, no Radar Águas Claras; Paulo, no Águas Claras News; e Felipe, à frente da Rádio Estação Águas Claras. Juntos, todos esses comunicadores constroem uma rede plural que dá identidade à cidade.
Em entrevista com alguns desses principais nomes da imprensa local, é possível ter uma ideia mais ampla da necessidade e da importância de cada um desses veículos para a comunidade de Águas Claras e até do DF inteiro, como é o caso de Cleber Barretos, fundador do DF Águas Claras, que explicou que sua motivação sempre foi contribuir para uma cidade melhor, pois percebeu que havia a demanda de um canal confiável de informação em meio ao rápido crescimento da região. Criado em 2010, inicialmente no Twitter, segundo Cleber, o veículo se consolidou como um dos maiores de Águas Claras e se tornou um elo entre comunidade, comércio e poder público.
“Nosso compromisso é ser útil e relevante para os moradores”, afirma Cleber. A proximidade com a população é central: grande parte das pautas chega por meio de sugestões enviadas em grupos de WhatsApp, no Instagram e pelo site. Ao longo dos anos, o DF Águas Claras conquistou credibilidade e impacto direto na vida da cidade, dando voz a mobilizações como a pressão popular pela construção da Terceira Saída e apoiando campanhas sociais e demandas de infraestrutura.

Apesar dos desafios de custos e da velocidade da informação, o futuro é de expansão. O veículo aposta na integração de plataformas, como a recém-lançada TV Web Águas Claras, e segue firme no propósito de ser uma das principais referências em comunicação local, diz Cleber.
Já a jornalista, relações-públicas e influenciadora Rochelly Costa, fundadora do @AguasClaras.bsb, diz que criou o projeto ao perceber a necessidade de oferecer informações locais organizadas e confiáveis, especialmente para quem chegava à cidade em busca de referências sobre comércio, serviços e transporte.
O veículo surgiu ainda na era do Facebook, antes da popularização do Instagram, com o objetivo de ser uma ponte de informação útil, independente e transparente. Hoje, apesar dos custos operacionais para manter a equipe e o CNPJ, Rochelly afirma que o grande diferencial do @AguasClaras.bsb é a credibilidade conquistada pela postura apartidária e pelo compromisso em entregar conteúdo fiel à realidade da cidade.

Essa credibilidade, segundo ela, garante a confiança de moradores, empresários e leitores não apenas de Águas Claras, mas de todo o Distrito Federal.
Outra voz que proporciona informação e um espaço de fala aos moradores é a da Revista Águas Claras, que é dirigida por Orlando Antunes e, desde a sua criação, tem como marca a defesa dos interesses coletivos da cidade. Sua linha editorial nasceu das demandas reais dos moradores, com foco em promover escuta ativa à população e em cobrar a presença de serviços públicos essenciais, como delegacia, hospital, UPA, creches e escolas.
Um dos episódios mais marcantes foi a mobilização liderada pela revista para garantir recursos destinados à construção de uma creche, conquista que contou com o apoio de um deputado distrital ao qual tivemos acesso. A verba chegou a ser aprovada, mas acabou, à época, devolvida por falta de empenho da administração regional, frustrando a comunidade.
Para Orlando, casos como esse reforçam a importância da imprensa local como instrumento de transformação social. Por isso, a Revista Águas Claras segue firme em seu compromisso com Águas Claras.

O começo de cada um dos veículos, hoje já muito bem estabelecidos em Águas Claras, tem suas peculiaridades. O Águas Claras Mídia, por exemplo, nasceu quase como uma brincadeira, segundo sua criadora, Patrícia Rebelo, profissional da área de tecnologia. No início, o site tinha uma identidade visual colorida, animada e divertida, desenvolvida por uma amiga — o que ela particularmente adorava. Mas, segundo Patrícia, logo precisou adotar um tom mais sóbrio para transmitir credibilidade e se consolidar como veículo de comunicação local.
Sem editoria fixa, o portal cobre desde mobilidade urbana até cultura, sempre com olhar voltado para os moradores. Muitas pautas surgem do contato direto com a administração regional, batalhão da PM e órgãos públicos, mas também das sugestões da própria comunidade — como a reportagem recente sobre acessibilidade, inspirada em uma denúncia de um morador com deficiência de mobilidade.

Hoje, o grande desafio é driblar os custos de tráfego pago e a queda de alcance nas redes sociais. Ainda assim, Patrícia reforça que o jornalismo comunitário não é movido pela competição, mas pela parceria entre veículos locais. “O impacto se reflete em campanhas de conscientização, enquetes e matérias que dão voz aos moradores, sempre com equilíbrio e imparcialidade”, destaca. Para ela, o futuro é de fortalecimento da comunicação comunitária, que considera essencial para a vida da cidade e que acredita que nunca terá fim, visto que até os órgãos públicos federais têm tendido a dar cada vez mais atenção e credibilidade a esse tipo de imprensa local sempre que algo impactante acontece.
E isso se deve, segundo ela, à proximidade que esse tipo de mídia tem com a comunidade, que, com o passar do tempo, cria laços de confiança não necessariamente com os grandes veículos da mídia, que se reportam à população local apenas em momentos e pautas pontuais de maior repercussão, mas com quem de fato está cotidianamente zelando e comunicando as necessidades dos moradores, como é o caso dos veículos de comunicação regionais.
Com formação em Jornalismo e especialização em Jornalismo Comunitário e Design Gráfico, Rafael Souza é uma das vozes mais experientes na comunicação local do Distrito Federal. Atua também no Jornal do Guará, o mais tradicional veículo comunitário da capital, com mais de quatro décadas de existência. Foi lá que aprendeu, na prática, o valor de uma pauta hiperlocal, que dá voz à população, escuta as demandas reais dos moradores e atua como ponte entre comunidade e poder público.

Há mais de 10 anos, Rafael trouxe essa mesma filosofia para Águas Claras, onde fundou o Folha de Águas Claras, com o objetivo de manter viva a essência do jornalismo comunitário em uma cidade em crescimento acelerado. “Acredito no poder transformador da informação local e, acima de tudo, na importância do jornal impresso como instrumento de cidadania”, afirma. Por um tempo, a Folha de Águas Claras circulou em aprceria com o DFÁguas Claras, em parceria com Cléber Barreto e Patrícia Rebelo, que fazia parte da equipe à época. Daquela experiência saíram três fortes veículos de comunicação na cidade.
O Folha de Águas Claras segue o modelo que consagrou o Jornal do Guará: uma cobertura próxima das pessoas, com atenção às histórias do cotidiano, aos desafios urbanos e à valorização do comércio e dos serviços da cidade. Para Rafael, mesmo diante da digitalização da informação, o impresso ainda tem papel essencial. “O papel nos permite chegar onde o digital muitas vezes não alcança. A presença física do jornal nas mãos do leitor é também uma forma de pertencimento.”
Outras vozes que completam o cenário
Além dos veículos que participaram desta reportagem, como já mencionado anteriormente, Águas Claras conta com outras importantes vozes no jornalismo local: Todi Moreno, do Radar Águas Claras; Paulo, no Águas Claras News; e Felipe, à frente da Rádio Estação Águas Claras.
Todos esses profissionais e veículos, juntos, ajudam a compor um ecossistema plural e colaborativo, no qual fomentar a informação de fatos que ocorrem diariamente na cidade de forma mais próxima e conectada com a realidade dos moradores é, sem dúvida, um dos objetivos centrais de cada um deles. Além disso, promovem com excelência o empresariado local, a fim de que todos tenham seu bem-estar atendido e uma qualidade de vida cada vez melhor, fortalecendo, assim, cada vez mais a identidade de Águas Claras.