Projeto SINUSI, do Colégio Ideal, transforma sala de aula em palco de debates internacionais e promove protagonismo juvenil
O Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) não exige apenas domínio de conteúdos tradicionais. Mais do que decorar fórmulas ou datas, o exame desafia os estudantes a interpretar, refletir e analisar criticamente a realidade. Nesse contexto, as atualidades ganham protagonismo, sendo essenciais tanto nas questões objetivas quanto na construção de uma redação bem fundamentada.
Para enfrentar esse desafio, escolas de todo o país têm buscado metodologias inovadoras que tornem o ensino mais dinâmico, atrativo e conectado ao mundo real. No Colégio Ideal, em Brasília (DF), a aposta é na criatividade, no protagonismo estudantil e na imersão em temas globais por meio da SINUSI (Simulação das Nações Unidas do Colégio Ideal).
O projeto, que reproduz os debates da Organização das Nações Unidas (ONU), envolve os alunos em discussões sobre temas fundamentais da atualidade, como geopolítica, meio ambiente, direitos humanos, economia global e saúde pública. A iniciativa não apenas aprofunda os conhecimentos dos estudantes, mas também desenvolve competências cruciais para o ENEM, como pensamento crítico, argumentação, empatia, análise interdisciplinar e capacidade de elaborar soluções para problemas complexos.
“Quando o aluno debate temas como guerras, mudanças climáticas ou crises humanitárias, ele não está apenas se preparando para o ENEM. Está se preparando para a vida, para ser um cidadão consciente e atuante”, destaca Amanda Mussauer, diretora pedagógica do Colégio Ideal.
SINUSI na prática
Durante a simulação da SINUSI, os alunos representam diferentes países e participam de comitês inspirados nos principais fóruns internacionais de debate, como a Organização das Nações Unidas (ONU), a Organização Mundial do Comércio (OMC) e a Organização Mundial da Saúde (OMS). Em português e em inglês, no comitê internacional, os estudantes discutem temas atuais e de alta relevância, exercitando a argumentação, a negociação e a construção coletiva de propostas.
Neste ano, a escola elegeu seis grandes temas globais a serem discutidos em dois comitês distintos. Entre os destaques estão a COP 30 e os efeitos das mudanças climáticas, produção, distribuição e acesso às vacinas, além do combate à desinformação, a Guerra na Ucrânia e suas implicações geopolíticas, os refugiados e seus efeitos no desenvolvimento social e econômico e as causas da fome no Brasil.
Além dos debates, a SINUSI oferece uma programação complementar com palestras, apresentações culturais e competições esportivas, promovendo uma formação integral e ampliando o repertório dos participantes.
“Ao trabalhar temas atuais e globais de forma ativa e criativa, a SINUSI prepara os estudantes não apenas para se destacarem no ENEM, mas também para compreenderem melhor o mundo, desenvolverem senso crítico e se posicionarem diante da realidade”, afirma Amanda.
Educação que gera resultado
Para Guilliano Fernandes Castioni, de 18 anos, a SINUSI possibilita a imersão dos alunos em cenários socioeconômicos e políticos mundiais, promovendo debates essenciais para a formação de cada indivíduo, tanto em aspectos pessoais como em definições profissionais.
“Participei de seis edições da SINUSI e tenho um carinho enorme por essa dinâmica de ensino. Ela me mostrou a complexidade e diversidade em assuntos muito interessantes, principalmente na política internacional, provocando os processos de investigação e aprendizado detalhado. Também me permitiu compreender o meu lugar no mundo e na sociedade brasileira por meio de pesquisas de outras nacionalidades, costumes e etnias”, relatou.
Atualmente, cursando Ciência Social na Universidade de Brasília (UnB), Guilliano destacou como as análises e debates realizados na Simulação contribuíram para bons resultados em provas prestadas em Brasília. Em 2023, por exemplo, o aluno participou de um vestibular como treino e uma das questões abordadas foi sobre o Tratado de Tlatelolco, exatamente o assunto que estudou e se aprofundou seis meses antes para apresentar no Comitê do Conselho de Segurança da ONU durante a SINUSI daquele ano.
“Dificilmente saberia informações e dados sobre esse tema se não fosse a SINUSI. Quando paramos para entender melhor sobre a história e determinados assuntos, conseguimos enxergar como ela está dentro de uma sociedade, vendo tudo de forma menos individualizada. Abre muito o escopo para a pesquisa e análise, garantindo maior aprendizado e protagonismo ao estudante dentro da sala de aula. É muito além de um ensino tradicional e o Colégio Ideal me motivou em todas essas fases”, disse.