Tênis confortáveis, tablets e caixa térmica com vacinas. Este é o aparato utilizado pelas equipes da Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES) que, até o fim do mês, vão tocar a campainha de mais de 4,7 mil imóveis em todas as regiões administrativas. O objetivo das visitas é conferir o esquema de vacinação das crianças e, se for o caso, aproveitar para aplicar doses que estejam atrasadas.
O foco é conferir vacinas de poliomielite, que teve campanha em 2024, e de sarampo. “Entender como está a cobertura em cada território é fundamental para avaliarmos as estratégias de vacinação e levantarmos onde é necessário haver ampliação”, explica a enfermeira Camila Gotelip, da Coordenação de Atenção Primária à Saúde da SES.
Com filhos de 10, 5 e 3 anos de idade, o servidor público Ricardo Nakaoka recebeu a equipe da SES em sua residência, no Lago Norte. “Eu acho muito importante esse trabalho. O Brasil saiu da lista de países que menos estavam vacinando. Depois da queda que tivemos na pandemia, é preciso ter um trabalho desses para conscientizar”, avalia. As três crianças estavam com os esquemas vacinais em dia.
Nem sempre, porém, as equipes são recebidas tão rapidamente. “Regiões mais vulneráveis e núcleos rurais têm receptividade maior. Já em áreas com maior poder aquisitivo e em prédios, a gente tem mais dificuldade de acesso,” avalia o agente comunitário de saúde Caíque Siqueira de Sousa. Ele destaca que todos os envolvidos no Monitoramento das Estratégias de Vacinação (MEV) atuam com identificação da SES e estão preparados para explicar o propósito das visitas.
“O MEV nos ajuda a saber se nossas iniciativas têm sido efetivas para levar vacina à população”, explica a gerente substituta da Rede de Frio do Distrito Federal, Karine Castro. Em geral, a análise da cobertura envolve a comparação do número de doses aplicadas com levantamentos populacionais. Com o monitoramento, é possível definir ações como vacinação em escolas, eventos ou envio do Carro da Vacina.
O MEV é uma estratégia realizada com apoio do Ministério da Saúde (MS) e da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas). Além de aplicar questionários, as equipes levam um pequeno lote de vacinas, em caixa térmica, para aproveitar a oportunidade de aplicar doses, caso sejam identificadas crianças com esquemas vacinais incompletos.
*Com informações da Secretaria de Saúde