Loja de piano acusa a dona do Complexo Gastronômico de Águas Claras de comprar o instrumento em 2021 e não quitar o pagamento.
O piano de cauda que adornava o Dolce Far Niente, no Cinq Gastronomia – antigo Complexo Gastronômico – em Águas Claras, foi removido do estabelecimento na última quinta-feira (4/7). O instrumento musical foi penhorado para ajudar a quitar parte das dívidas da proprietária do espaço, Lídia Cambuy Perides.
A remoção do piano resultou de uma disputa entre o estabelecimento que vendeu o instrumento, a Costa e Ramos, e a tradicional pizzaria de Águas Claras. Os proprietários da loja de instrumentos musicais acusam Lídia de não pagar pelo piano, adquirido em 2021 por R$ 32.695, dividido em 10 parcelas. Segundo a nota fiscal anexada ao processo, a empresária teria pagado apenas a primeira parcela.
Em 2022, a loja de teclados acionou a Justiça para cobrar as nove parcelas restantes.
Em nota, a defesa de Lídia afirmou que a penhora ocorreu devido a um equívoco e que um recurso foi apresentado contra a decisão.
Atualmente, a dívida acumulada, incluindo juros, totaliza R$ 59 mil. O iten devem ir a leilão, e o valor arrecadado será usado para abater a dívida.
Antes da penhora, a loja que vendeu o piano tentou bloquear as contas de Lídia. No entanto, o Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ) fornecido no momento da transação não possuía saldo suficiente em três das quatro contas verificadas. Na última conta, havia apenas R$ 105.
A acusação revelou que o complexo gastronômico operava com ao menos seis CNPJs diferentes, sugerindo a existência de um grupo econômico. Mesmo com as pessoas jurídicas registradas em nome de terceiros, Lídia se apresentava nas redes sociais como a responsável pela empresa.
O estabelecimento, agora chamado Cinq Gastronomia, administra os seguintes restaurantes: Empório Árabe, Dólar Furado, Mayuu e o Dolce Far Niente – antigo endereço do piano.
Consultas processuais públicas mostram que Lídia está envolvida em pelo menos 14 processos judiciais por motivos financeiros, alguns relacionados à inadimplência.
Posicionamento da defesa
Em resposta, a defesa de Lídia Cambuy Perides afirmou que a penhora do piano foi um “equívoco” e que um recurso foi apresentado na Justiça para liberar o instrumento. A defesa explicou que Lídia vendeu parte dos restaurantes da rede em 2022, mas não recebeu os valores acordados, o que causou dificuldades financeiras temporárias e resultou nos processos judiciais. Atualmente, Lídia está na Justiça para cobrar os valores que lhe são devidos.
Desde a venda, Lídia atua como consultora gastronômica no complexo, segundo sua defesa. Em relação aos CNPJs, os advogados explicaram que a quantidade de pessoas jurídicas é justificada pela diversidade de restaurantes que compõem o negócio.