Até a primeira semana deste mês, oito crianças se afogaram no Distrito Federal. Todos os acidentes aconteceram em piscinas de residências, em breves momentos de descuido de adultos. Uma das crianças não resistiu à parada cardiorrespiratória (PCR) e morreu. O Corpo de Bombeiros Militar do DF (CBMDF) alerta: é preciso mudar a rotina de todos os responsáveis para evitar situações de risco.
O segundo-tenente do Grupamento de Salvamento do Corpo de Bombeiros, Ramom Lauton, comenta que não se pode deixar uma criança pequena sozinha nem por minutos.
“Deve-se tomar cuidado com o uso de lonas para proteger piscinas. Se for esta a opção, ela deve estar sempre muito bem presa, para evitar que a criança suba na lona, caia na piscina e fique submersa sem que a família veja” – Ramom Lauton, segundo-tenente do Grupamento de Salvamento
“O avô de uma criança que se afogou disse que bastou um minuto para que o acidente acontecesse”, ilustra o militar. Segundo ele, a supervisão é necessária a todo momento. “Elas precisam estar acompanhadas sempre, seja para ir ao banheiro, à cozinha, pegar um brinquedo ou fazer qualquer deslocamento dentro de casa”.
Especialista em salvamento, Lauton também orienta pais e responsáveis a tomar algumas medidas preventivas, como o cercamento das piscinas com grades verticais ou vidro transparente. “O vidro deve ser transparente para que seja possível ver o que está acontecendo na área da piscina”, atenta.
Lauton alerta para a proteção com lonas. “Deve-se tomar cuidado com o uso de lonas para proteger piscinas. Se for esta a opção, ela deve estar sempre muito bem presa, para evitar que a criança suba na lona, caia na piscina e fique submersa sem que a família veja”, explica.
“Assim que fui morar em uma casa com piscina, contratei uma professora de natação. Mesmo assim, nunca deixo os meninos sozinhos na água. A porta que dá acesso à área externa da casa fica sempre trancada” – Lorena Gomes, mãe de dois filhos
Em caso de afogamento, a orientação é que se chame imediatamente o Corpo de Bombeiros ou o Samu. “Se houver alguém no local com conhecimento em salvamento pode aplicar os primeiros socorros; caso contrário, é melhor esperar que a gente chegue”, detalha Lauton.
Aline Guimarães, 38 anos, mãe de dois meninos – um de 6 anos e outro de 8 –, conhece bem os perigos de ter piscina em casa. Por alguns segundos em que perdeu o filho mais velho de vista, ele quase se afogou. “Tudo aconteceu muito rápido, enquanto eu tirava algumas coisas do carro. Peguei-o já embaixo da lona de proteção da piscina. Depois disso, coloquei meus dois filhos em aulas de natação. Hoje, meus filhos nadam muito bem”, conta.
No entanto, Aline ainda se preocupa: “Mesmo que eles saibam nadar, estamos sempre atentos”. A atenção da família é redobrada quando recebe visitas.
Lorena Gomes, 39 anos, também optou por colocar na natação os dois filhos, de 3 e 5 anos. “Assim que fui morar em uma casa com piscina, contratei uma professora de natação. Mesmo assim, nunca deixo os meninos sozinhos na água. A porta que dá acesso à área externa da casa fica sempre trancada”, diz. Outro cuidado que a família adota e que ela recomenda é manter uma cerca vertical em volta da piscina.
*Com informações Agência Brasília