O SindMetrô-DF anunciou greve dos metroviários, por tempo indeterminado, a partir da próxima sexta-feira (16/04).
O motivo é a falta de acordo entre o sindicato e o Metrô DF em relação ao pagamento do auxílio alimentação. O sindicato também alega que o Metrô-DF retirou cláusulas, que já estavam garantidas, no acordo coletivo, além de ter retirado outros benefícios.
A secretária de Comunicação e Mobilização do Sindmetrô, Meiry Rodrigues, explica que as negociações iniciaram em fevereiro, buscando um caminho para o cumprimento da sentença normativa concedida pela Justiça após a última greve, em 2019. “Em 1º de abril, expirou nosso prazo do acordo coletivo e estamos sem auxílio alimentação e com risco de perder também o plano de saúde. Não estamos pedindo aumento, estamos pedindo para assinar o acordo coletivo como era antes”, afirma Meiry.
Em 5 de abril, o sindicato entrou com um pedido junto ao Tribunal Regional do Trabalho (TRT) para a mediação com a empresa em relação ao acordo coletivo. “Na época, o TRT pediu para não fazer a greve e esperar um acordo da empresa. Mas o Metrô fez foi retirar mais cláusulas”, pontuou Meiry.
Segundo o secretário de Relação Sindical, Hugo Lopes, hoje (15/04) haverá uma nova assembleia virtual para deliberar sobre as tratativas da greve, bem como o percentual mínimo de funcionamento, que a princípio será de 30%. “Não queremos essa greve. Sabemos que não é o momento propício para se fazer uma paralisação, inclusive no transporte público, porque estamos em meio à pandemia. Mas estamos sendo obrigados a partir para a greve, não tem outro jeito, infelizmente”, pontua Hugo.
Já a Companhia do Metropolitano do Distrito Federal (Metrô-DF), em nota, informou que, até o momento, não recebeu nenhuma comunicação oficial do SindMetrô-DF sobre uma provável paralisação dos empregados na próxima sexta-feira (16/4). “A companhia lamenta que o SindMetrô-DF não tenha aceitado nenhuma das propostas apresentadas pela empresa, principalmente em relação a questões como a quebra de caixa, onde auditoria apontou desproporcionalidade nos valores pagos aos agentes de estação – cerca de R$ 6 milhões nos últimos cinco anos”, destacou a empresa.
Segundo o Metrô-DF, outro item solicitado pelo sindicato foi a manutenção do privilégio do 13° pagamento do auxílio alimentação, no valor de R$ 1.275 — atual valor mensal do benefício pago aos funcionários. “O 13° do auxílio alimentação foi considerado ilegal pela auditoria, pois contraria as normas do Programa de Alimentação do Trabalhador – PAT”, explica, em nota, sobre a retirada desse benefício diante da proposta apresentada pela categoria.
Na última sexta-feira (9/4), após reunião com o Metrô-DF, o SindMetrô-DF comunicou à Justiça do Trabalho que não se chegou a nenhum acordo em função de sua recusa às propostas apresentadas pela companhia. “A empresa ressalta que a ameaça ao cidadão de uma possível paralisação não visa garantir direitos à categoria, uma vez que todos os benefícios solicitados e legalmente amparados foram concedidos na proposta apresentada”, afirma a companhia.
*Com informações do Correio Braziliense