Águas Claras é a região administrativa do Distrito Federal com maior número de infectados pela Covid-19 na proporção por 100 mil habitantes. A cidade dispara quando são comparados os registros da doença desde março de 2020. Embora seja a quinta colocada no ranking total de infectados em números absolutos, Águas Claras teve a maior evolução até 28 de março de 2021, com 15.277 casos no cálculo a cada 100 mil.
De acordo com o último boletim da Companhia de Planejamento do DF (Codeplan) sobre o tema, Águas Claras fica na frente do Plano Piloto, que tem 14.982 casos confirmados por 100 mil habitantes.
“Entre as cinco RAs com maior número de casos confirmados de coronavírus, a que tem a evolução mais expressiva é Águas Claras, 5ª RA com maior número de casos confirmado”, diz boletim da companhia. No sábado (3/4), idosos formaram uma longa fila durante a madrugada e a manhã, aguardando vacinação contra a Covid-19 no posto da Faculdade Unieuro, na cidade.
Em números absolutos, Ceilândia, a maior região administrativa do DF, vem em primeiro lugar, com 35.261 contaminados desde o início da pandemia; o Plano Piloto aparece em segundo, com 35.522 casos; seguido por Taguatinga, com 27.335; Samambaia (19.700) e Águas Claras (17.927). Com relação à população, Sobradinho fica em primeiro lugar; Lago Sul, em segundo; e Águas Claras, em terceiro. Águas claras tem hoje 115 mil habitantes.
Desde março de 2020, a cidade entre Vicente Pires e Taguatinga desponta na curva quando é considerada a proporção por 100 mil habitantes.
Confira:
Reprodução/Codeplanhttps://e160a9e76d9c377fdc5c54c8f7b4669d.safeframe.googlesyndication.com/safeframe/1-0-38/html/container.html
O presidente da Associação de Moradores de Águas Claras, Román Cuattrin, associa a situação a dois fatores principais: desrespeito às regras sanitárias e o fato de a RA ser vertical.
“Tenho visto muita gente em praças, em quadras, não mantendo distância mínima. Não são seguidas normas sanitárias. Além disso, Águas Claras é predominantemente vertical. As pessoas moram em condomínios, prédios de 20 andares, acabam tendo contato em elevadores, no condomínio”, analisa.
Para ele, o dado é preocupante e liga o sinal de alerta. “A gente fica exposto a esses números cada vez mais preocupantes. Encaro os dados como falta de cuidado dos envolvidos”, afirmou.
Na quarta-feira (31/3), véspera do ponto facultativo para servidores do GDF, o Metrópoles flagrou aglomerações em frente a estabelecimentos na Rua 14 de Águas Claras, mesmo com o decreto que estabelece medidas restritivas e proibição da venda de bebidas alcoólicas após as 20h e imposição do toque de recolher entre 22h e 5h.
Lotados, bares da região descumpriam a obrigatoriedade do uso de máscaras de proteção facial e dos horários limites de funcionamento, venda de bebidas e do início do toque de recolher.
Mortes
Até 28 de março, as regiões que registraram mais óbitos foram Ceilândia (667), Taguatinga (449) e Samambaia (299).
Nos primeiros 28 dias de março, foram notificados 43.472 casos no Distrito Federal, o que representou uma alta de 121,98% em relação aos primeiros 28 dias de fevereiro (19.584 casos) e de 89,83% em relação ao mesmo período de janeiro (22.900 casos).
Com relação aos óbitos, os primeiros 28 dias de março contabilizaram 919 mortes relacionadas à Covid-19, o que representa uma alta de 223,59% em relação aos primeiros 28 dias de fevereiro (284 óbitos), e de 253,46% em relação ao mesmo período de janeiro (260 mortes).
Média
De acordo com o boletim divulgado na segunda-feira (5/3), a média móvel de mortes por Covid-19 no Distrito Federal cresceu, chegando a 78,3, o maior patamar já registrado na capital do país. A alta acontece depois de o indicador cair durante o feriado por causa da subnotificação que acontece nesses períodos.
Foram notificados 78 óbitos entre os moradores da capital na segunda. Devido ao atraso nas notificações, que tende a ser ainda maior por causa do feriado, as mortes não ocorreram, necessariamente, nas últimas 24 horas.
Na comparação com o apurado há 14 dias, no entanto, houve aumento de 67,6%, o que confirma a tendência de alta na quantidade de óbitos. Por causa do tempo de incubação do novo coronavírus, adotou-se a recomendação dos especialistas no sentido de confrontar a média móvel do dia com a de duas semanas antes. As oscilações no número de mortes ou de casos de até 15% para mais ou para menos caracterizam invariabilidade.
*Fonte Metrópoles